ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 20.05.1998.
Aos vinte dias do mês de
maio do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Guilherme
Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Nereu
D'Ávila, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Henrique
Fontana, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do
Rosário, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Sônia Santos e Tereza Franco.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da
Segunda Sessão Especial, que deixou de ser votada face à inexistência de
"quorum" deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli
Sell, o Pedido de Informações nº 66/98 (Processo nº 1620/98); pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Cláudio Sebenelo,
01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 63/98 (Processo nº
1572/98); pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador
Luiz Braz, o Pedido de Informações nº 64/98 (Processo nº 1575/98); pelo
Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de Lei do Legislativo nas 73 e 74/98
(Processos nºs 1588 e 1592/98, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram:
Ofícios nºs 212 a 215/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 01/98,
do Vereador Nereu D’Ávila, Presidente da Comissão Especial para apreciação do
II PDDUA; 01/98, do Vereador Eliseu Sabino, Presidente da Comissão Especial
constituída com a finalidade de alterar a redação dos incisos I dos artigos 147
e 148 da Resolução nº 1178/92, com as alterações das Resoluções nºs 1232/94, de
25 de abril de 1994, e 1250/94, de 30 de agosto de 1994, acrescentando-se o
parágrafo único em ambos (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre); 94,
95 e 105/98, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa
Portoalegrense de Turismo S/A - EPATUR; 266/98, do Senhor Martim Saraiva
Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do Estado/RS; 383/98, do Desembargador
Cacildo de Andrade Xavier, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul; 431/98, do Senhor Jarbas Castelo Branco Santos, Conselheiro Secretário-Geral
da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/RS; 1605, 1661 e 1663/98, do Senhor
Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; Telegramas: do Senhor
Nelson Boeira, Secretário de Estado da Cultura/RS; da Senadora Emília
Fernandes; do Senhor Beto Albuquerque, Deputado Estadual/RS; do Senhor Antônio
Britto, Governador do
Estado do Rio
Grande do Sul. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 34/98, discutido pelos Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, João
Dib, Adeli Sell e Renato Guimarães, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 64 e
65/98, ambos discutidos pelo Vereador Adeli Sell; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 58/98, discutido
pelos Vereadores João Dib e Adeli Sell.
Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário dos
Senhores Ênio Alves Veiga e Ivo da Silva Marinho, funcionários deste
Legislativo, ocorridos, respectivamente, nos dias dezoito e dezenove de maio do
corrente. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol,
solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum saudou o transcurso, no dia de
hoje, dos quatorze anos de fundação da Associação Canoense de Deficientes
Físicos - ACADEF, discorrendo sobre o trabalho desenvolvido por esta entidade e
registrando que a mesma foi agraciada com o "Prêmio Qualidade do Programa
Gaúcho de Qualidade e Produtividade”, concedido pelo Governo do Estado e pela
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS. Na ocasião, o
Senhor Presidente prestou informações acerca das providências que estão sendo
tomadas no sentido de viabilizar a ligação da rede informatizada desta Casa com
os bancos de dados da Secretaria Municipal da Fazenda e da Secretaria da
Administração Municipal, e o Vereador Juarez Pinheiro comunicou a assinatura de
convênio entre este Legislativo e o Senado Federal, visando ao acesso, via Internet,
de dados relativos à tramitação de processos no Congresso Nacional. Também, o
Vereador Isaac Ainhorn manifestou-se acerca da ocupação, pelos Senhores
Vereadores, das tribunas do Plenário Otávio Rocha. Em continuidade, o Senhor
Presidente registrou as presenças dos Vereadores Pedro Elói Bassin, João Pedro
Freitas, Valentin Elisboa Anacleto e Argemiro Wilson Madruga, da Câmara
Municipal de Lages/SC, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos, e
concedeu a palavra ao Vereador Clovis Ilgenfritz que, em nome da Casa, saudou
os visitantes. Após, o Senhor Presidente procedeu à entrega
aos visitantes, de exemplares da Trilogia “Rio Grande do Sul - Portfólio
Poético e Documental”, organizada pelo Poeta Luiz Coronel, e concedeu a palavra
ao Vereador Pedro Elói Bassin, que agradeceu a recepção proporcionada por este
Legislativo, tendo o Vereador Gilberto Batista, na ocasião, manifestado-se em
saudação aos visitantes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Ávila discorreu
sobre a Lei Municipal nº 8067/97, que estipula a obrigatoriedade de prestação de
provas escritas pelos candidatos
a Conselheiros Tutelares no Município, comentando decisão proferida em caráter liminar pelo Doutor Paulo de Tarso
Vieira Sanseverino, Juiz de Direito da Quarta Vara Cível de Porto Alegre,
relativa ao assunto. A Vereadora Maria do Rosário teceu considerações acerca
das disposições legais relativas ao processo eleitoral ora vigente, destinado a
escolher os novos Conselheiros Tutelares de Porto Alegre, ressaltando a importância
da participação da comunidade e do Poder Público neste processo. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Newton
Burmeister, Secretário de Planejamento Municipal, convidando Sua Excelência a
integrar a Mesa dos trabalhos, e, face à Questão de Ordem suscitada pelo
Vereador João Dib, destacou a
necessidade de que os oradores da tribuna atenham o teor de seus pronunciamentos
à matéria em debate. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib pronunciou-se
acerca das atividades fiscalizadoras que devem ser exercidas pelo Poder
Legislativo. Também, referiu-se à publicação, no Diário Oficial de Porto
Alegre, de informações relativas à utilização do sistema de
"cartas-contrato" para a admissão de pessoal nos quadros funcionais
do Executivo Municipal, criticando tal prática. O Vereador Carlos Garcia
denunciou a existência de erros nos valores de várias faturas de pagamento
enviadas a usuários do serviço de telefonia da Companhia Riograndense de
Telecomunicações - CRT, propugnando por um controle mais efetivo em relação aos
lançamentos de débitos nas contas dos usuários dos serviços telefônicos em
Porto Alegre. O Vereador Gilberto Batista discorreu sobre o atraso verificado
nas obras de canalização e dragagem do Arroio Sarandi, que vêm sendo executadas
pelo Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP. Também, teceu
considerações acerca de projeto de lei em tramitação na Assembléia Legislativa,
referente à instalação do "Programa Estadual da Solidariedade -
Parcerias/RS". A Vereadora Clênia Maranhão referiu-se à legislação municipal ora em vigor, relativa ao processo
eleitoral para escolha dos novos integrantes do Conselho Tutelar de Porto
Alegre. Ainda, manifestou-se acerca da publicação da revista "Dito e
Feito", patrocinada por partidos políticos que formam a base de apoio ao
Governo Estadual. Na oportunidade, a Vereadora Maria do Rosário formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando exemplar da
revista "Dito e Feito" e cópia do pronunciamento da Vereadora Clênia
Maranhão, após a anuência da Oradora. Também, o Vereador Nereu D'Ávila formulou
Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando parecer da
Procuradoria deste Legislativo, em relação à possibilidade de participação
desta Casa como litisconsorte em Ação Cível proposta por candidatos aos cargos
de Conselheiros Tutelares de Porto Alegre, os quais visam garantir sua
participação na votação a ser realizada no dia trinta e um de maio do corrente,
independentemente de terem participado das provas escritas de habilitação
previstas pela Lei Municipal nº 8067/97. Ainda, o Senhor Presidente, face às
Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Maria do Rosário,
Juarez Pinheiro, Antonio Hohlfeldt e João Dib, prestou esclarecimentos acerca
do teor do Requerimento verbal formulado pelo Vereador Nereu D'Ávila, anteriormente
referido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt, ao mencionar a
publicação da revista "Dito e Feito", afirmou que a mesma consiste
numa prestação de contas do Governo do Estado, com relação às obras realizadas,
não se configurando em propaganda eleitoral. Ainda, apresentou denúncias feitas
por professores da rede estadual de ensino, referentes ao projeto "Porto
Alegre em Ceninha", de iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura. A
seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO
DIA e aprovado o Requerimento verbal do Vereador Eliseu Sabino, solicitando a
votação em primeiro lugar do Requerimento nº 89/98. Foi aprovado o Requerimento
nº 89/98 (Processo nº 977/98 - Sessão Solene em homenagem ao Dia do Pastor), de
autoria do Vereador Eliseu Sabino. Foi aprovado o Requerimento nº 88/98
(Processo nº 939/98 - Moção de Protesto acerca da solicitação do Prefeito de
Porto Alegre ao Diretor-Presidente da Gazeta Mercantil de demissão do
jornalista Hélio Gama), de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, por quatorze
votos SIM, onze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Guilherme Barbosa, tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni,
Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando
Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Nereu
D'Ávila, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista, Não os Vereadores Adeli
Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme
Barbosa, Henrique Fontana, João Motta, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário e
Renato Guimarães, e optado pela Abstenção os Vereadores Paulo Brum e Pedro
Américo Leal. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre o
encaminhamento a ser dado ao Requerimento nº 88/98, face as Questões de Ordem
levantadas pelos Vereadores Maria do Rosário, Juarez Pinheiro, Nereu D'Ávila,
João Dib, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Clênia Maranhão. Ainda, o Vereador
Gerson Almeida formulou Requerimento verbal solicitando que a Mesa Diretora
providenciasse informações oficiais a respeito de manifestação de trabalhadores
ocorrida em Brasília durante a tarde de hoje, face a rumores de que a polícia
teria agredido os manifestantes. Também, os Vereadores Isaac Ainhorn e Antonio
Losada manifestaram-se acerca do assunto, através de Questão de Ordem. Em
continuidade, foi aprovado o Requerimento nº 93/98 (Processo nº 1065/98 - Moção
de Apoio ao Ministério Público por tentar cassar a Lei que permite rinhas de
galo no município de Encruzilhada do Sul), de autoria da Vereadora Anamaria
Negroni, por onze votos SIM, três votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, após ter sido encaminhado à
votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Anamaria Negroni e Juarez Pinheiro,
tendo votado Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Carlos
Nedel, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Gilberto
Batista, Não os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib e Paulo Brum, tendo optado
pela Abstenção os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Décio Schauren, Eliseu
Sabino, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal e Sônia Santos, tendo apresentado
Declaração de Voto o Vereador Pedro Américo Leal. A seguir, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos sobre o andamento dos Requerimentos, desde a data em
que são protocolados, e procedeu à leitura de notícias trazidas pela Assessoria
de Imprensa da Casa, sobre os acontecimentos ocorridos durante manifestação de
trabalhadores em Brasília, na tarde de hoje. Também, os Vereadores Cláudio Sebenelo
e João Dib, através de Questão de Ordem, manifestaram-se sobre o andamento dos
trabalhos. Em prosseguimento, foi apregoado o Requerimento nº 94/98 (Processo
nº 1068/98 - Ouvida da Comissão de Constituição e Justiça sobre prazos de
publicação dos relatórios da execução orçamentária dos órgãos da administração
direta e indireta e da Câmara Municipal), de autoria do Vereador João Dib, que
foi retirado de tramitação através de Requerimento do Vereador João Dib,
deferido pelo Senhor Presidente. Foi aprovado o Requerimento nº 95/98 (Processo
nº 1069/98 - Moção de Solidariedade com os docentes da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, pela sua luta diante da situação em que vive a universidade
pública), de autoria do Vereador Gerson Almeida, após ser encaminhado à votação
pelo Vereador Gerson Almeida. Foi aprovado o Requerimento nº 99/98 (Processo nº
1106/98 - Moção de Apoio à iniciativa do Corpo de Bombeiros de enviar um
contingente para combater a devastação do fogo em Roraima), de autoria do
Vereador Adeli Sell. Foi aprovado o Requerimento nº 104/98 (Processo nº 1198/98
- Moção de Apoio à Segunda Câmara Cível do Tribunal de Alçada do Estado do Rio
Grande do Sul, pela punição à agiotagem contra o Senhor João Paulo Máximo da
Silva), após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, João Dib e
Cláudio Sebenelo, tendo a Vereadora Anamaria Negroni apresentado Declaração de
Voto. Foi aprovado o Requerimento nº 105/98 (Processo nº 1202/98 - Grande
Expediente destinado a homenagear o Dia do Músico), de autoria do Vereador
Juarez Pinheiro. Foi aprovado o Requerimento nº 106/98 (Processo nº 1205/98 -
Moção de Apoio ao Projeto do Deputado Beto Albuquerque, que propõe que a
inspeção de segurança veicular seja executada pelos municípios), de autoria do
Vereador Carlos Garcia. Foi aprovado o Requerimento nº 109/98 (Processo nº
1267/98 - Moção de Repúdio à iniciativa do Prefeito de Santana do Livramento,
de criar milícia para controlar invasões de terras naquele município), de
autoria do Vereador Gerson Almeida. Foi apregoado o Requerimento nº 110/98
(Processo nº 1271/98 - Moção de Apoio ao Projeto de Emenda Constitucional, de
autoria do Senador Mauro Miranda), de autoria do Vereador Hélio Corbellini,
que, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Dib, deixou de ser
votado face a inexistência de "quorum" deliberativo. Na oportunidade,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre a regimentalidade da
Declaração de Voto da Vereadora Anamaria Negroni ao Requerimento nº 104/98,
face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Gerson Almeida. Às dezessete
horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a inexistência de
"quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro e secretariados
pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez
Pinheiro): Passamos à
1ª SESSÃO
PROC.
0902/98 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria do Ver. Nereu D’Ávila, ao
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 034/98, de autoria do Ver. Renato
Guimarães, que institui, na Rede Municipal de Ensino Público de 1º e 2º Graus,
o conteúdo Discriminação Racial no Brasil e dá outras providências.
PROC.
1478/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/98, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
denomina Rua Luiz Corrêa da Silva um logradouro público localizado no Bairro
Lami.
PROC.
1480/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/98, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que
denomina Rua Thomaz Manito um logradouro irregular localizado no Bairro
Agronomia.
2ª SESSÃO
PROC.
1346/98 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/98, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Padre Arthur
Rocha Morsch S. J.
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a
palavra para discutir a Pauta.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores;
cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, venho a esta tribuna para falar sobre O PLL
nº 034/98, de autoria do nobre Ver. Renato Guimarães, que trata da instituição
na rede municipal de ensino público, em escolas de 1º e 2º graus, do conteúdo
Discriminação Racial no Brasil.
Eu
vejo como de suma importância este Projeto. Embora se fale muito que não existe
a discriminação racial neste País, ela existe, sim. Nós bem sabemos que, embora
velada, embora camuflada, ela existe.
Nós
temos participado muito de reuniões do Movimento Negro e, infelizmente, lá no
Movimento Negro - gostaria de deixar bem claro aqui - às vezes encontramos
também a discriminação racial inversa, a discriminação do negro em relação ao
branco, também. Esse tipo de coisa ocorre nos Estados Unidos e em outros
países, com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, etc.
Acredito
que vai demorar muito tempo para terminarmos com o problema da discriminação
racial, infelizmente. Quero deixar claro aqui que eu mesma senti a
discriminação racial por ser branca e estar no meio da comunidade negra - esta
atitude partiu de alguns, não de todos, obviamente, porque a maioria das
pessoas sente que a gente quer ajudar, que estamos imbuídos da vontade de
ajudar e de mudar esta situação.
Sabemos
que somente no próximo século, no ano 2050, talvez, poderemos conseguir isso,
ou quem sabe bem mais adiante.
Senti
discriminação por parte de alguns elementos que desenvolvem dentro do movimento
negro uma prática mais radical, fazendo uma discriminação ao branco. Isso
gostaria de deixar bem claro aqui.
Além
da discriminação racial, temos que trabalhar contra outros tipos de
discriminação que existem em nossa sociedade. É a discriminação sexual, em
relação àquelas pessoas que preferiram não ser heterossexuais, por uma questão
hormonal, por uma questão de saúde, enfim, realmente não entendo como certas
pessoas ainda conseguem discriminar os homossexuais. Eu falo isso com uma
tranqüilidade muito grande, porque sou mulher e sou heterossexual convicta. Mas
não discrimino ninguém, acho que nós não somos ninguém para discriminar alguém.
A
discriminação social, também, deve ser abordada, porque as pessoas pobres,
aquelas que vivem nas vilas, são, e muito, discriminadas a cada dia e a cada
momento de suas vidas.
Acredito
que venha a fazer uma Emenda ao Projeto do nobre Ver. Renato Guimarães, pois
deveríamos abordar de uma forma mais ampla a discriminação, e não só a racial.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, da
mesma forma que a minha colega Vera. Anamaria Negroni falou sobre
discriminação, também, queria me referir, especialmente, ao cerne do Projeto do
Ver. Renato Guimarães que, indiscutivelmente, tem um grande mérito.
O
nosso grande psiquiatra italiano, Contardo Calligaris, radicado em São Paulo,
que tem uma obra inesquecível sobre discriminação racial, diz: “há uma profunda
seqüela social do escravismo no Brasil”. Há, desde 1500 até hoje, na intimidade
discreta e subjacente das relações sociais, indiscutivelmente, uma marca
indelével do escravismo, onde nossas atitudes são, muitas vezes, evidentes
conseqüências de um período notoriamente escravizante como ideologia no
País, especialmente nesses 500 anos de
Brasil.
Martinho
da Vila, numa frase inesquecível disse: “Livres das algemas das senzalas, mas presos
à miséria da favela.” Isto é, além da discriminação da etnia, da cor, ainda
existe a discriminação social das favelas.
E
é fundamental que se saiba que há outras discriminações, por exemplo, através
das doenças: a tuberculose era um tabu, como a AIDS é discriminada hoje; há,
principalmente, a discriminação por gênero, isto é, a pessoa do sexo feminino é
discriminada em relação a emprego, a salário, a tudo. Essa discriminação por
sexo avulta, cresce muito mais quando sabemos da presença do Movimento Feminino.
Porém, o que eu gostaria de analisar é, fundamental
e indiscutivelmente, a forma como se dá
essa discriminação, isto é, o capitalismo é uma ideologia discriminadora -
porque não visa a lucro, mas visa “ao muito mais lucro”, e isso discrimina as
pessoas, carimba as pessoas, ficam os pobres e os ricos; e a discriminação
social, que é do sistema, que é da cultura, só pode ser abolida se houver uma
ação no inconsciente coletivo, que se faz tão presente nos processos de
discriminação.
Quanto
à educação, nós já temos aparelho
pronto, não precisamos criar um novo currículo, pois existe uma série de
matérias, as próprias secretarias podem tomar iniciativas, através de um pedido
de providências e não por um Projeto de Lei. Essa é a única restrição que faço,
porque acho que não cabe um Projeto de Lei e, sim, uma conversa com o Sr.
Secretário de Educação para que se inclua no Currículo já existente um espaço
para o tratamento e ensino, para que se faça uma outra forma básica de
discriminação, isto é, que através desse processo, dessa forma de educação, se
faça isso. E a única coisa de que eu discordo no Projeto é exatamente na sua
natureza, na sua fonte, na sua matriz.
Não
é necessário um Projeto de Lei para que se adote uma medida de educação visando
às nossas crianças atuais serem educadas de forma a não discriminar, daqui por
diante.
Dessa
forma, estaremos diluindo e fazendo desaparecer o processo do preconceito, seja
racial, sexual, em relação a todas as minorias. Indiscutivelmente, é um dos
males da sociedade, uma das chagas e uma das lutas que a humanidade tem que ter
para uma paz social e, principalmente, para um reparo de toda essa injustiça
social que, não há dúvida, tem a discriminação como base.
Mas
jamais como um Projeto de Lei e, sim, como uma atitude de um Secretário de
Educação e, me parece que aí temos problemas sérios, porque a orientação da
Educação, dentro do Município, não prevê esse tipo de trabalho e,
principalmente, fazendo com que as
autoridades se sensibilizem com esse tipo de atitude, desse Pedido de
Providências para o Secretário. E não como Projeto de Lei, única forma que se
viu até agora de fazer esse tipo de proposta, o que, aliás, vem a demonstrar a
insuficiência do Poder Legislativo, que deve ter mais ouvidos por parte do Poder
Executivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos anunciar aos Srs. Vereadores e
Vereadoras e aos nossos assessores presentes que já se encontram no nosso
Plenário alguns dos participantes de uma comitiva de Vereadores e assessores da
Cidade de Lajes - Santa Catarina, que muito nos honram. Estamos aguardando os
demais e o Presidente Luiz Braz para convidá-los a participar da Mesa.
Quero
saudar, em nome de todos nós, dois aniversariantes desses dois últimos dias,
que estão conosco, todo dia, trabalhando, e, às vezes, ajudando a segurar as
animosidades. Tratam-se do nosso amigo Ênio Alves Veiga, que aniversariou na
segunda-feira, e, hoje, o nosso amigo
Ivo da Silva Marinho. A eles uma salva de palmas. (Palmas.)
O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Cláudio Sebenelo pediu-me que eu lembrasse da extraordinária figura do Padre
Moesch, que vai ser homenageado por esta Casa com o título de Cidadão de Porto
Alegre. Não terá apenas o apoio do Ver. Cláudio Sebenelo e deste Vereador o
Projeto do Ver. Pedro Américo Leal, mas dos trinta e três Vereadores da Casa,
que sabem reconhecer a qualidade, a competência, o carinho, a dedicação e o
zelo de pessoas extraordinárias como o Padre Moesch. Merece, sim, o título de
Cidadão de Porto Alegre.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sou um inconformado, eu não posso aceitar
a quantidade de leis que esta Casa faz, esquecendo-se de fiscalizar o
cumprimento da lei, que é a efetiva obrigação de cada Vereador. Hoje, um
Substitutivo ao Projeto de autoria do Ver. Renato Guimarães, inúteis os dois -
o Substitutivo e o Projeto -, sem dúvida nenhuma, porque os dois dizem: “na
forma da Lei Complementar nº 248”, que estabelece competências e cria um
Conselho de Educação no Município. Mas essa mesma Lei diz que compete ao
Conselho deliberar sobre alterações no currículo escolar, respeitando o
disposto na Lei de Diretrizes e Bases de Educação e do Conselho Estadual de
Educação. Então, não cabe ao Município fazer o que se está pretendendo fazer
aqui. Agora, cabe a cada um dos Vereadores examinar o porquê de o Prefeito da
Cidade de Porto Alegre, no ano de 97, ter editado decretos suplementando
verbas, pensando em um excesso de arrecadação da ordem de 81 milhões de reais, e ele só teve um
excesso de 22 milhões de reais. Penso que cada Vereador poderia cuidar mais
disso. Cuidar da aplicação da Lei Orgânica, do Código Tributário do Município e
das coisas que interessam à população, muito de perto. Até porque o Projeto
agora em debate e o seu Substitutivo provavelmente sejam aprovados na Casa, e
talvez o Prefeito vete, como fez tantas outras vezes quando se tenta alterar o
currículo das diferentes séries do ensino municipal.
Parece-me
que esta explicação não precisava ser solicitada por este Vereador; todos os
Vereadores da Casa tinham a obrigação de saber por que o Prefeito usou 59
milhões de reais que ele não tinha, dizendo que abria créditos especiais com o
excesso de arrecadação, o que não aconteceu. Que diabo de política financeira e
orçamentária faz a Prefeitura Municipal de Porto Alegre? Isso é que interessa
aos Vereadores, e não fazer mais e mais leis todos os dias.
Portanto,
Ver. Renato Guimarães, a esperança que eu tenho é de que o Substitutivo do Ver.
Nereu D’Ávila e que o seu Projeto sejam
rejeitados. Mas é só uma esperança, não vai acontecer. Como esperanças tenho eu
- e diz o meu amigo João Carlos Nedel,
que não são esperanças, são utopias. Não cabe esperança, Vereador. Mas eu ainda
tenho a esperança, isso sim, de que os Vereadores irão olhar as contas da
Prefeitura com carinho, com a
responsabilidade e competência que cabe a cada um de nós. Cinqüenta e nove
milhões de reais de créditos suplementares que não tinham cobertura, Sr.
Presidente de Comissão de Orçamento e Finanças. E sei que se V. Exa. fosse o
Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças no ano passado, talvez não
tivesse passado essa quantidade excessiva de crédito que não se realizaram. Mas
eu tenho esperanças, fundadas esperanças de que passaremos a cuidar mais das
contas da Prefeitura e menos de fazer mais e mais leis desnecessárias,
supérfluas e que não levam a coisa alguma. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol solicita licença
para tratamento de saúde nesta data. A Mesa declara empossado o Suplente
Gilberto Batista em substituição ao Ver. Reginaldo Pujol nos termos
regimentais. O Ver. Gilberto Batista integrará a Comissão de Constituição e
Justiça. Esperamos que o Ver. Reginaldo Pujol se restabeleça logo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, qual é a efetiva função de um
Vereador? O Vereador deve legislar em nível local, sem esquecer os problemas do
Estado e do País no qual vive.
Portanto, ele tem o direito de requerer, propor, fazer moções e, sem dúvida
nenhuma, qualquer Vereador dos trinta e três que estão aqui, não importa de que
partido seja, ele sempre deve ser também um fiscalizador do Executivo
Municipal. Essas são as funções básicas de um Vereador. E é isso o que eu tenho
tentado fazer nesse um ano e meio em que estou aqui na Câmara.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Em que percentuais os Vereadores devem fazer leis, fiscalizar e
tratar de assuntos que não são do Município?
O SR. ADELI SELL: O importante, Ver. João Carlos Nedel, é
que os Vereadores tenham equilíbrio na sua ação, assim como devem buscar o
equilíbrio na sociedade: o equilíbrio social, o equilíbrio econômico, o
equilíbrio de convivência, que é o que nós tentamos fazer, nesta Cidade,
através do nosso exemplo nesta Casa.
Por
isso, não creio que tenhamos Projetos em demasia. Hoje, nós temos apenas três
em Primeira Sessão e um em Segunda Sessão, sendo que dois referem-se a
denominação de ruas e um, a título honorífico. Não que eu seja daqueles que
proponham termos dezenas e dezenas de Projetos, que, depois de aprovados, e alguns
até sancionados, não tenhamos condições efetivas de colocar em prática e, muito
menos, de fiscalizar.
Por
isso, quando somos cobrados sobre a fiscalização do Poder Público Municipal,
nós temos dado demonstração de que estamos atentos, como Bancada de Governo,
como Vereador de situação, a qualquer problema que ocorra em nossa Cidade,
porque os problemas que dizem respeito aos porto-alegrenses não são estranhos
ao PT, não são estranhos ao Ver. Adeli Sell.
Da
mesma forma que os outros Vereadores que me antecederam, eu gostaria de abordar
o Substitutivo de um Vereador da minha Bancada, Renato Guimarães, a um Projeto
de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, do PDT. Essa questão de propor um conteúdo
acerca da discriminação racial no Brasil nas escolas de 1º e 2º graus é muito
importante. Aqui já se tentou legislar no sentido de introduzir novas
disciplinas. Isso é, evidentemente, um equívoco, e, no ano passado, nós tivemos
várias discussões, aqui, sobre isso. Mas, legislar sobre o conteúdo é uma das
funções de um Vereador. Ele pode e deve fazê-lo. Também não seria estranho se o
Vereador agendasse uma discussão com o Secretário, se ele fizesse uma
mobilização nas escolas, se buscasse o Movimento Negro Unificado, se buscasse a
Colônia Palestina, se buscasse a Colônia Judaica, para fazer todo um embate
público na Cidade acerca das infelizes discriminações que ainda sofremos no
nosso Estado e no nosso País.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, estou acostumado a ouvir, ver e ler vários
vetos do Prefeitos a alterações curriculares. Não sei se, desta vez, vai
acontecer, se esta Câmara vai aprovar por unanimidade - creio que não, pois vou
votar contra -, mas é mais um veto à vista.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Cumprimento V. Exa. até porque já trabalhei em cima deste assunto:
buscar que os conteúdos dessas questões de discriminação racial estivessem
dentro dos currículos. Aliás, V. Exa tem sido, neste ano e meio de mandato, um
excelente Vereador - sou testemunha disso -, embora, muitas vezes,
idealisticamente, persiga algumas idéias e não consiga colocá-las em prática.
V. Exa. combate as pichações de prédios públicos e privados. No entanto, hoje,
assisti ao Bom Fim e os viadutos da Cidade totalmente inundados por cartazes
colados, convidando a população para a festa do mandato da Dep. Luciana Genro.
É profundamente lamentável. Sei que foi fotografado.
É
lamentável que V. Exa, grande batalhador em prol da limpeza da Cidade, contra
os grafiteiros e pichadores, assista à Dep. Luciana Genro sujando a Cidade de
Porto Alegre, no Bom Fim e nos viadutos da Cidade, convidando para a festa do
seu mandato.
O SR. ADELI SELL: Ver. Isaac Ainhorn, eu estava discutindo
um Projeto que tem um conteúdo claro e preciso. E apóio essa posição do nosso
colega de Bancada. Se for necessário, tenho certeza de que vários segmentos da
nossa sociedade se juntarão ao Ver. Renato Guimarães para discutir, de forma
tranqüila e serena, essa questão do conteúdo de disciplinas, mas que preservem
a possibilidade de discutir, abertamente, a discriminação racial no nosso País,
que é um problema que, infelizmente, muitos não querem ver. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Paulo Brum está com a palavra em
Comunicação de Líder.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
registrar para os Anais desta Casa que hoje a Associação Canoense de
Deficientes Físicos, que é uma entidade
dirigida por portadores de deficiência física, está completando 14 anos de
fundação. Quero registrar, também, que essa entidade - é até um fato inédito na
história da luta das pessoas portadoras de deficiência no nosso Estado -
recebeu ontem à noite o Prêmio Qualidade do Programa Gaúcho de Qualidade e
Produtividade, instituído pelo Governo do Estado e FIERGS.
Para
nós é um momento de extrema alegria saber que, de repente, estamos sendo
valorizados pelo trabalho que estamos desenvolvendo no Estado do Rio Grande do
Sul. A ACADEFI emprega hoje 250 funcionários portadores de deficiência física
em diversos convênios de prestação de serviço feito entre a ACADEFI e algumas
empresas que estão empregando portadores de deficiência física, que são: a
Petrobrás, a CEEE (emprega hoje 73 portadores de deficiência física, atendendo
basicamente os telefones de urgência - 126 e 190), o INMETRO. A ACADEFI também
é responsável pelo estacionamento rotativo da zona azul de Canoas. Também
existe um convênio com o Correios e Telégrafos e está prestes a fechar mais um
convênio com a Caixa Econômica Federal. A Associação Canoense de Deficientes
Físicos está localizada na rua Major Sezefredo, nº 420, em Canoas, e, sem
sombra de dúvidas, é a empresa gaúcha que mais emprega a mão-de-obra de pessoas
portadoras de deficiência física no nosso Estado.
Por
isso, Sr. Presidente, queremos deixar registrado nos Anais da Casa os nossos
parabéns à Associação Canoense de Deficientes Físicos, aos seus funcionários,
aos seus associados e, em especial, ao meu amigo, grande batalhador, Presidente
da Associação, Sr. Jorge Cardoso, que é um exemplo de força de vontade, coragem
e capacidade de superar as suas próprias dificuldades e também de fazer com que
outros tantos irmãos tenham a oportunidade de trabalho. Parabenizo também o
nosso Coordenador da Federação Rio-grandense de Entidades de Portadores de
Deficiência Física do nosso Estado. Esse trabalho, com certeza, já está sendo
reconhecido pela nossa sociedade rio-grandense. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Sras. e Srs. Vereadores, nós temos hoje o prazer de receber uma
delegação da cidade de Lages, ligada ao Legislativo Municipal daquela cidade.
Convido para fazer parte da nossa Mesa Diretora, o Presidente da Câmara de
Lages, o Ver. Elói Bassin, do PSDB, o 2º Secretário, Ver. João Pedro Freitas,
do PMDB, o Ver. Argemiro Wilson Madruga, do PFL e o Ver. Valentin Elisboa
Anacleto, do PTB. Eles vieram acompanhados dos seus consultores jurídicos, Sr.
Sérgio Rogério Furtado Arrudo, o Secretário Executivo, Sr. James José dos
Santos Todeschini, e ainda acompanhados do Sr. Antônio Leandro Mouro, do Sr.
José Francisco de Assis e do Sr. Casimiro Lima. Queremos agradecer a presença
de todos, que vieram aqui nos dar o prazer desta visita. Uma coisa muito
importante, meu querido amigo Clóvis Ilgenfritz, V. Exa. que foi o Presidente
no ano passado e que iniciou o televisionamento das Sessões aqui da nossa
Câmara Municipal. Eles vieram aqui atraídos por esse progresso. Vieram para ver
de perto como é que se faz essa transmissão. Aproveitamos, durante o dia de
hoje, a oportunidade de podermos passar a eles outras coisas que estamos
fazendo.
Aproveito
a oportunidade para avisar aos Srs. Vereadores que já fomos autorizados pelo
Executivo a adotarmos, através do nosso sistema de informática, as medidas
necessárias para que possamos estar ligados aos computadores da Secretaria da
Fazenda e da Secretaria de Administração. Os nossos técnicos já estão liberados
para que façam a ligação. Acredito que, no mais tardar até a semana que vem, nós
já estaremos com todos os computadores dos Vereadores ligados a esses dados
contábeis da Fazenda e também com os da Secretaria de Administração. Além
disso, alguns dos computadores, como os dos Líderes e os das Comissões vão
poder imprimir esses dados e todos os Vereadores poderão estar de posse deles.
Outro
fato importante é que ontem começou a funcionar na Câmara, Ver. João Dib, V.
Exa. que é da Comissão de Orçamento e os Vereadores que fazem parte da Comissão
de Constituição e Justiça, o contrato da PRODASEN. Vou pedir para que o Ver.
Juarez Pinheiro passe mais informações aos Srs. Vereadores, para que todos
possam utilizar esses dados que temos à disposição aqui na Casa.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é com
muita honra que queremos complementar o informe do Sr. Presidente para dizer
que esta Casa acaba de firmar convênio com o Senado Federal e desde ontem nós
temos acesso a toda doutrina, a toda jurisprudência de matérias legislativas,
de periódicos e também de Projetos em tramitação no Congresso Nacional. Temos
três pontos de acesso nesta Casa, na Procuradoria, na Biblioteca e no Centro de
Processamento de Dados. Os Vereadores poderão buscar tudo o que se refere a
determinado assunto, solicitando-o apenas através de uma expressão. Além disso,
matérias específicas publicadas em periódicos como revistas semanais, grandes
jornais, também acessados por apenas uma expressão, poderão ser recebidos. Esta
Casa passa a um outro patamar na qualidade dos trabalhos legislativos e,
principalmente, com uma base jurídica muito sólida. A partir desta data é
possível qualquer Vereador acessar esse serviço. Queremos chamar a atenção para
o trabalho do Diretor-Geral da Casa, Ver. Leão de Medeiros, que foi quem
diligenciou para que os nossos funcionários passassem uma semana em Brasília
fazendo o curso necessário e todo o andamento do contrato, que teve uma certa
complexidade.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Pediria ao Vereador Clovis Ilgenfritz,
Vice-Presidente desta Casa, que se encarregasse de utilizar a tribuna para
fazer a saudação à delegação.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente Luiz Braz, sinto-me muito honrado com este convite
para saudar essa comitiva que nos honra com sua presença. Dirigindo-me a todos
os colegas Vereadores e Vereadoras, queria dizer, inicialmente, ao Presidente
da Câmara Pedro Bassin, ao 2º Secretário Sr. João Freitas, aos Vereadores
Valentin Elisboa Anacleto e Argemiro Wilson Madruga, uma Mesa composta por
vários Partidos como temos aqui, sentimo-nos muito honrados com a presença dos
Senhores Assessores. Consideramos importante essa troca de conhecimentos, de
providências, de trabalho, de experiências que as Câmaras Municipais vêm
fazendo no nosso País, também as Assembléias Legislativas e o próprio Congresso
Nacional. Vivemos um momento de busca de valorização do Legislativo, de busca
de uma identidade clara deste Poder que, nem sempre, é bem recebido pela
população, existem várias interrogações, e pelos próprios governos que têm uma
visão histórica da cultura política brasileira, que é o presidencialismo, o
Prefeito e o Legislativo, o Presidente e o Congresso. Muitas vezes, faz falta
que a população veja o quanto é importante que os Legislativos sejam
reconhecidos, tenham representatividade, sejam autônomos e tenham um trabalho
conjunto com o Executivo e o Poder Judiciário num País cujas instituições, cada
vez mais, pelo menos do ponto de vista formal, em muitos aspectos na prática se
democratiza o Poder Público.
Com
Lages, os laços são muito antigos, não são só os de origem étnica, mas, os de
todos os aspectos culturais, aqui, das cidades do Rio Grande com a Cidade de
Lages e com outras Cidades de Santa Catarina. Fui colega de Faculdade de um dos
Prefeitos, arquiteto, que marcou época, o atual Senador Dirceu Carneiro. Na época,
ele esteve em Porto Alegre fazendo discussões, fomos até lá, foi muito
proveitoso para alguns processos de democratização do poder. Eu perguntava aos
Vereadores se não tinha nenhum Vereador do PT, a Bancada do PT aqui tem doze
Vereadores, eles respondiam que tinham. Saudamos, em nome da Mesa, em nome
desta Casa, a V. Exas., dando as boas vindas. Os trabalhos que foram
desenvolvidos no ano passado é a seqüência daqueles que vinham sendo
desenvolvidos, anteriormente. Temos, agora, a atual Mesa composta por seis
Vereadores, onde eu permaneço, assim como o Ver. Isaac Ainhorn que foi o 1º
Vice-Presidente e ex-Presidente da Casa, o atual Presidente Ver. Luiz Braz, que
já presidiu esta Casa anteriormente. Temos a presença também do Ver. Reginaldo
Pujol, do PFL; do Ver. Juarez Pinheiro do PT, 1º Secretário, do Ver. Paulo
Brum, 2º Secretário. Portanto, é uma Mesa composta por vários partidos.
Os
trabalhos relativos à televisão realmente nos orgulham muito. É possível e
importante que seja colocado em todo o País, porque a televisão liga
diretamente uma parte da população que usa os canais da NET, no que se refere a
questão da informação e da busca da popularização dos trabalhos. Os Senhores
devem ter recebido um material que mostra a cada ano a população usando mais os
espaços da Câmara. No ano passado
tivemos quase 500 reuniões de entidades na Câmara, afora todo o trabalho
normal. Isso é muito importante. A Câmara foi e está indo cada vez mais ao
encontro da comunidade.
Um
abraço, sejam bem-vindos, e que possamos continuar com esse trabalho com essa
relação de apoio mútuo e de busca da democratização, não só do Legislativo
Municipal, mas do Estado e do nosso País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Passo às mãos dos Vereadores de Lajes
algumas fotografias com imagens da nossa Porto Alegre. É uma obra organizada
pelo Poeta Luís Coronel. Acredito que os Senhores irão gostar muito de ver as
principais imagens da nossa Porto Alegre que vêm acompanhadas de textos
belíssimos que, tenho certeza absoluta, vão servir para que V. Exas. possam
conhecer um pouquinho mais da nossa Cidade.
Com
a palavra o Sr. Pedro Elói Bassin, Presidente da Câmara de Lajes.
O SR. PEDRO ELÓI BASSIN: (Saúda os presentes.) Quero dizer que é
muito grande a satisfação em cumprimentar a todos os Vereadores desta Casa.
Tenho três colegas tucanos, o que para nós é motivo de satisfação. Também saúdo
meus colegas Vereadores que nos acompanharam até este momento. Quero dizer que
a satisfação de estar aqui é muito grande, haja visto que somos de uma cidade
bem menor do que Porto Alegre e podemos observar o trabalho magnífico
desta Câmara. Vamos tentar, pelo menos dentro da proporcionalidade que temos em
Lages, colocar algum trabalho semelhante
em prática em nossa cidade.
Fomos
muito bem recebidos nesta Câmara e isso nos deixou muito contente, porque
sabemos que o povo gaúcho é hospitaleiro e posso dizer por experiência própria
porque também sou gaúcho. Isso é motivo de muita satisfação para mim e espero
que, em pouco tempo ,vocês possam retribuir essa visita que, para nós, seria
motivo de muito orgulho.
Agradecemos
e desejamos que todos os Vereadores possam fazer um bom trabalho. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. Gilberto Batista está com a palavra.
O SR. GILBERTO BATISTA: Quero saudar a todos os Vereadores que
estão aqui presentes da Cidade de Lages, especialmente o Ver. Argemiro Madruga,
do PFL. Em nome da bancada do PFL, aqui do Município de Porto Alegre, quero
parabenizar a todos, em especial a Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE: Vamos dar seqüência aos nossos trabalhos.
Pedimos aos nossos visitantes que estejam à vontade.
O
Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quero
aproveitar para saudar os nobres Colegas de Santa Catarina, de Lages, é um
prazer tê-los, aqui, na nossa Câmara Municipal.
Como
dizia um colega nosso : “nada como um dia depois do outro”. Eu estou, aqui, com
a Ata da Sessão do dia 7 de novembro de 1997, onde nós votamos, depois de
intensas discussões e muita celeuma, a alteração de uma Lei para que houvesse
prova para os candidatos a conselheiros tutelares. Esta Ata nos informa que
25 Srs. Vereadores votaram
favoravelmente ao Substitutivo nº 1, do Ver. Antonio Hohlfeldt, favorável à
prova que, por sinal, vai se realizar
no próximo dia 31. Apenas 3 Vereadores votaram contrários à prova: os
Vereadores Elói Guimarães, Isaac Ainhorn e este Vereador. Em diversos debates,
essas questões que são de muita importância para todos nós: como a proteção à
criança, a proteção àquele a quem são destinados os conselheiros tutelares e os
Conselhos, em Porto Alegre, representados por 40 conselheiros tutelares,
divididos em 8 regiões, com 5 conselheiros em cada região deixamos claro que
ninguém foi contra à criança e ao aperfeiçoamento da proteção à criança. O que
se discutia, e este Vereador foi um dos que mais se desgastou naquela
discussão, era se poderia ou não alterar requisitos que o ECA, Estatuto da
Criança e do Adolescente, exigia por
Lei Municipal. Este era o pano de fundo da questão.
Pois,
agora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como eu dizia, nada como um dia depois
do outro, no dia 07 de maio, nove pessoas, e eu não vou citar os seus nomes,
por motivos óbvios, adentraram em juízo
com um Mandado de Segurança,
solicitando sua inscrição e a possibilidade de participarem da prova,
independentemente de haver ou não ultrapassado a data da prova,
ou seja, mesmo que não tivessem feito a prova ou mesmo que a prova já
tivesse sido feita. Eis a resposta ao
Mandado de Segurança dado pelo Exmo. Sr. Paulo de Tarso Vieira Sanseverino,
Juiz de Direito. Diz S. Exa. Sr. Juiz:
(Lê) “Recebo a petição inicial. Defiro a liminar, na forma do art. 7º, II, da lei nº 1.531/51.” (Continua.)
“Efetivamente, a nova norma municipal extrapolou, aparentemente, a competência
legislativa suplementar, que lhe foi outorgada pelo art. 30,II, da Constituição
Federal”. Mais adiante, diz o mesmo Juiz: (Lê) “Compete à União estabelecer as
normas gerais sobre a matéria, podendo os Estados, o Distrito Federal e,
eventualmente, o Município, suplementar essas regras, nos limites traçados pela
legislação federal (art. 24, parágrafo primeiro da Constituição Federal).” Diz o
art. 133 do ECO, acrescenta o Juiz: (Lê): “Para a candidatura a membro do
Conselho Tutelar serão exigidos os seguintes requisitos: primeiro, reconhecida
idoneidade moral; segundo, idade superior a 21 anos; terceiro, residir no
município. A regra federal estabelece os requisitos que podem ser exigidos do
candidato ao cargo de Conselheiro Tutelar, sem deixar espaço ao Município para
o estabelecimento de novas exigências. Naturalmente, a fixação dos requisitos,
que já foi feita taxativamente pela lei federal, escapa da competência
legislativa suplementar do Município. Consequentemente, a Lei Municipal, nesse
aspecto, apresenta-se, em princípio, inconstitucional”.
Portanto, a verdade é a seguinte: é apenas a
concessão da liminar, eu reconheço, mas quando for consagrada no seu mérito,
esta Câmara terá legislado equivocadamente, contrária à mudança e acrescentado
prova ao Conselheiros, esta Câmara terá legislado mal e contra legislação
federal.
Essas
nove pessoas que entraram em juízo, independentemente de terem sido aprovadas,
tiveram assegurado, por essa liminar, a possibilidade de, dia 31 próximo
vindouro, participarem das eleições para Conselheiros Tutelares. Está
assegurado pela Justiça, reafirmando
aquilo que sempre dissemos que a Câmara não pode alterar lei federal. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a
palavra em tempo de Liderança.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
processo de eleição das Conselhos Tutelares, que entra no seu terceiro mandato,
é um processo vitorioso porque envolve a sociedade civil, as entidades não-governamentais porque é
coordenado por uma comissão eleitoral, determinada pela sociedade e nós, de forma suplementar, primeiro, e, após, complementar, já legislamos sobre
a natureza do processo de escolha dos Conselhos Tutelares quando definimos,
desde a primeira eleição, que teríamos
um processo de eleição direta e voto facultativo.
Portanto,
a jurisprudência que eu busco, Ver. Nereu D’Ávila, para defender que esta
Câmara Municipal tem a possibilidade de legislar sobre determinados itens e
critério, os quais devem ser preenchidos pelos candidatos para participarem do
processo, é justamente o fato que, anteriormente, Ver. Luiz Braz Presidente
desta Casa, avançamos sobre o Estatuto da Criança e do Adolescentes, amparados
na legalidade, a partir do momento que determinamos um processo direto de
eleição. O Estatuto fala em escolha. Em muitos municípios a escolha se dá pela
desejo do prefeito. Para nós, em Porto Alegre, desde o primeiro momento que
existe Conselho Tutelar, os conselheiros são escolhidos pela comunidade.
Portanto,
Srs. Vereadores já disse desta tribuna, uma vez, quando o assunto era outro,
que uma liminar é tão-somente uma liminar. E quero voltar a dizê-lo. Nós temos
documentos que apresentam que esses que buscam ser conselheiros tutelares e que
são cidadãos da nossa Cidade e que merecem todo o nosso respeito, e que buscam,
judicialmente, responder a uma situação que não conseguiram responder, que era
a possibilidade de serem aprovados na prova, não devem encontrar guarida,
porque esta Câmara legislou sobre a matéria com sabedoria, em sintonia com a
sociedade e dentro da legalidade.
Saibam
os Senhores que São Paulo, o Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte e Butiá,
cidade do Rio Grande do Sul, ampliaram os requisitos e já tem a prova nos
mesmos termos que determinamos em Porto Alegre, combinando questões da vida, do
atendimento, do cotidiano do atendimento da criança e do adolescente e as suas
especificidades, com critérios de conhecimento do próprio Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Por
isso, Srs. Vereadores, eu ouso dizer,
acima do que nessa liminar diz o Juiz de Direito, porque tenho confiança de que
poderemos, por um instrumento, por um Agravo, reverter essa decisão inicial,
que nós legislamos dentro da legalidade e dentro do que prevê o art. 30 da
Constituição, que define a possibilidade de o Município legislar
suplementarmente e, no caso, aqui, suplementarmente, num primeiro momento,
complementarmente no que trata à questão da prova para os Conselhos Tutelares.
Quero
dizer que o Ver. Nereu D’Ávila, quando ocupa esta tribuna, nos dá a
oportunidade de falarmos não só da legislação e que está correto definirmos
critérios, na medida em que o Conselho Tutelar já é assumido como um órgão
agente, em nível municipal; existe, como um
serviço publico, em nível municipal, mesmo que vínculos com o serviço
público não tenham os conselheiros - pela condição particular em que vivem.
Permita-me o Ver. Nereu D’Ávila, na sua exposição, dizer aos Senhores e
Senhoras Vereadoras, da grandeza deste processo, da atitude maravilhosa que
observamos na cidadania, em cada comunidade que está começando a participar do
processo, que tem os seus candidatos e que está propagandeando, de uma
forma construtiva os princípios da
doutrina de proteção integral que balizam o ECA, que balizam a Constituição Federal no seus artigos 227 e 228.
Portanto, Srs. Vereadores, acreditamos na legalidade das determinações
desta Casa, acreditamos na lisura do processo,
é um processo controlado pela sociedade, acreditamos que a justiça
indeferirá a primeira medida tomada, que foi tomada reconhecendo a legalidade e
as amplas possibilidades que este Processo dá, controlado pela sociedade e com
a participação do Poder Público. Nós acreditamos, acima de tudo, que a eleição
para o Conselho Tutelar possibilita-nos debater em cada canto desta Cidade o
que são políticas de atendimento e a necessidade de priorizarmos em todos os
níveis as políticas de atendimento à criança e ao adolescente, pois que
elas se realizam no Município. Elas são efetivadas no Município, como prevê o ECA, mas, em nenhuma
medida, deixam de lado a responsabilidade que têm o Poder Público Estadual e
Federal com os repasses de recursos e com as propostas de atendimento
direto da comunidade. É por isso, Srs. Vereadores, que nós observamos sobre a revista que o Governo do Estado lançou
nos últimos dias sobre Porto Alegre,
que não observamos, na prática, onde aquilo que está sendo propagandeado está
sendo realizado na vida? Isto fica como um desafio, assim como já mostrei as
fotografias enganosas desta tribuna, lanço agora um desafio sobre essa revista
e concluo dizendo que não pairem dúvidas sobre a legalidade dos nossos atos nesta Câmara, porque estará comprovada
na Justiça, assim como já estão comprovadas na própria vida e junto à
sociedade. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Convido para fazer parte da Mesa o Sr.
Newton Burmeister, Secretário do
Planejamento.
O
Ver Renato Guimarães está com a palavra discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho
à tribuna para discutir este Projeto
que está em Pauta, mais pela provocação que tive por parte do Ver. João Dib,
dizendo que o conjunto das iniciativas que aparecem nesta Casa faz com que os
Vereadores não possam cumprir as demais atribuições para as quais são eleitos. Gostaria de dizer ao Ver. João
Dib que, além das proposições em nível de Projeto de Lei que colocamos nesta
Casa, o nosso mandato, juntamente com outros mandatos, principalmente, o do
Ver. Pedro Américo Leal, estamos fazendo um trabalho ótimo na Cidade, de
fiscalização e de visitas. Estão sendo feitas visitas na área da Saúde, tanto a
serviços de ordem mais complexa como aos postos de atenção básica do Município.
As nossas terças e quintas-feiras são premiadas com um conjunto de visitas à
rede municipal, à rede estadual, aos hospitais onde estamos fiscalizando,
visitando para ver como o atendimento está sendo feito. Também em relação ao
que o Vereador coloca, sobre as contas públicas do Município, gostaria de
esclarecer, aqui, que não só o Ver. Dib, com certeza os trinta e três
Vereadores desta Casa estão muito atentos às contas do Município e não só às
contas do Município, às contas do Estado também, que privatizou um conjunto de
empresas, somou, criou uma mala de três bilhões de reais, vendendo a CRT e um
monte de outras empresas e agora começa a gastar esse dinheiro na campanha.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem.): O Vereador não está falando em assunto
de Pauta, está falando sobre o Governo Brito. Não está na Pauta o Governo
Brito, hoje.
O SR. PRESIDENTE: Eu pediria ao Vereador que está na
tribuna que discutisse os Projetos que estão na Pauta hoje, por favor.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Só para justificar parte do argumento
que nós usamos, o Ver. João Dib veio a tribuna falou meio segundo sobre um
Projeto de Pauta e o restante do tempo.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Renato Guimarães, eu peço, novamente,
por favor, a V. Exa. que se prenda aos Projetos da Pauta e deixe esses assuntos
para os outros tempos que V. Exa. sabe que temos regimentalmente.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Na intervenção que fazemos estamos
justificando o porquê que vimos à tribuna discutir o Projeto de Lei, que corre
Pauta, o Substitutivo do Ver. Nereu D’Ávila usava argumentos que justificavam o
porquê do conjunto de projetos que os Vereadores desta Casa apresentam e
quais suas atribuições, conforme consta na Pauta.
Gostaria,
após a explicação dada ao Ver. João Dib, de dizer que o nosso Projeto, que
trata do conteúdo de educação anti-racista e antidiscriminatória, tenta abrir
um debate com a sociedade. Isso é uma tentativa, porque os Vereadores, no
conjunto das suas intenções, além da proposição de lei, tentam estabelecer um
diálogo com a sociedade, no sentido de fazer com que se construa, não só a Lei,
mas conceitos junto à sociedade para que não haja racismo e nem discriminação.
Então foi essa a nossa intenção.
Nós
já começamos a fazer uma discussão com o Ver. Nereu D’Ávila, no sentido de que
seu Substitutivo, na realidade, reduz a nossa intenção. Por quê? Porque,
buscando orientação na LDB, apresentamos uma idéia que é a de tratar um
conteúdo de educação que seja transversal e que perpasse o conjunto das disciplinas e o conjunto da
comunidade escolar, para que os servidores das escolas possam ajudar a
construir esse conteúdo anti-racista e antidiscriminatório.
Nós
entendemos que a proposição do Ver. Nereu D’Ávila, a idéia de trazer à discussão a discriminação da raça
negra, no Brasil, é parte deste conteúdo, e o nosso Projeto destaca a questão
da discriminação racial no Brasil, mas destaca como um conteúdo pilar para a
construção desse conteúdo de educação que será construído na Escola,
interagindo com os professores, alunos, pais e funcionários. É essa a nossa
intenção em trazer o Projeto, nesse sentido. Nós vamos mais além, nós
apresentamos um método no nosso Projeto de como se realiza a construção desse
conteúdo, ou seja, nós apresentamos, na nossa concepção, de como o educador se
posiciona nesse conteúdo. Por quê vamos tão além e não fazemos só o enunciado?
Porque, no nosso entendimento, isso é novo. Pensar a construção de conteúdo
dessa forma é novo. Por isso, entendemos que o regramento disso tem que ser
construído com toda a sociedade. Foi isso que o Movimento Unificado Negro, a
SMED e a Coordenação de Direitos Humanos nos apresentaram. Quando trouxemos
esse Projeto para a Casa, antes disso fizemos o debate com todos esses setores.
Então, esse Projeto, na realidade, é resultado do debate com todas essas
entidades. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
tenho uma tese muito simples: “O direito nasce do dever.” Se cada um cumprisse
com o seu dever, ninguém precisava se preocupar com o seu direito, porque é meu
dever assegurar o direito do meu semelhante, cumprir com aquelas determinações
que estão escritas em leis, que estão escritas nas nossas consciências,
escritas no nosso caráter.
Acho
que um dever do Vereador é ser fiscal. O jovem Vereador que me antecedeu nesta
tribuna dizia que todos os Vereadores fiscalizam as contas. Eu lastimo que isso
não seja verdadeiro, até porque gosto de ler o Diário Oficial, eu leio. Outro
dia, fui surpreendido por um Vereador do PT, lendo o Diário Oficial, ao dizer
que eu estava incomodando, quando foi
no meu gabinete me visitar.
Hoje, vinte de maio, o Diário
Oficial do Município traz uma
carta-contrato, que surpresa para mim, trouxe uma só; no dia 13 de maio, traz
21 cartas-contrato; no dia 19 de maio,
foi ontem, traz 10 cartas-contrato; no dia 18 de maio, que foi anteontem, traz
12 cartas- contrato. Cartas-contrato que o Município diz que estão autorizadas pela Lei 8666, artigo
24. Se houvesse fiscalização dos Srs. Vereadores, como foi dito aqui, pelo
jovem que me antecedeu, estas cartas-contrato não aconteceriam, pois o artigo
24, da Lei 8666, que é a Lei das Licitações, lei nacional, diz que a
carta-contrato é permitida no caso de emergência ou de calamidade pública. Eu
li cinco dias ou três dias da semana, mas eu posso ler todos os dias do ano o
Diário Oficial, e todos os dias têm carta-contrato, significa que nós não
estamos fiscalizando muito bem. Eu tenho reclamado e hoje faço um Pedido de
Informações, querendo saber quantas cartas-contrato foram assinadas na atual
Administração a partir de primeiro de janeiro do ano passado até o dia 20 de
maio, hoje, e quantos foram renovados, e é absolutamente impossível a
renovação, mas na Administração da Prefeitura isto ocorre, e ocorre há dez
anos. Eu venho reclamando dessas cartas-contrato há dez anos e agora acho que o
único caminho que me sobra é o Tribunal de Contas. Eu confesso que já levei
algumas coisas ao Tribunal de Contas e nunca obtive resposta, mas eu vou levar
mais algumas vezes, porque não é possível. Compra-se edifício ilegalmente.
assina-se contrato com servidor da Prefeitura de um milhão setecentos e nove
mil reais, a Lei 8666, usada pela Prefeitura para assinar o contrato, diz que
com funcionário da Prefeitura não pode assinar, mas foi assinado. A
Constituição Federal, Estadual, a Lei Orgânica dizem que não podem assinar, mas
foi assinado, e nós não fiscalizamos. O Prefeito continua pagando os servidores
da CARRIS à disposição da Prefeitura, sem o amparo legal, desde dezembro de
1997. Mas continua pagando e não acontece nada, então eu acho que não há
fiscalização.
O
Presidente anunciou que nós teremos acesso, através da Internet, aos dados financeiros da Prefeitura.
Eu
espero que isso ocorra, e que não sejam
apenas os dados que nos são fornecidos nos balancetes, de forma irregular.
Até
porque a Lei Orgânica diz que os balancetes trarão as despesas, as receitas mês
a mês. E isto não aconteceu nenhuma vez neste ano, então é irregular, ilegal.
E
aí, nós olhamos os dados da receita do ano passado, onde o Prefeito desta
Cidade utilizou 88 milhões de reais, como se houvesse excesso de arrecadação,
para a abertura de créditos suplementares e o seu excesso de arrecadação
não chegou a 30 milhões de reais.
Então, ele ficou devendo, na história da Cidade, alguma coisa para os fiscais
desta Casa que deveriam fiscalizar.
É
dever do Vereador, Sr. Presidente, antes de mais nada, fiscalizar o Executivo
Municipal, que é o outro poder. Não fazer como o Diretor da Procempa que diz
que o bom seria mostrar as contas da Câmara Municipal, como se elas por lá não
passassem. Saúde e Paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O
assunto que nos traz em tempo de Liderança hoje é sobre a Companhia
Rio-Grandense de Telecomunicações.
Nós
temos recebido diversas reclamações, tanto aqui na Câmara como no dia-a-dia,
dos usuários que estão descontentes com o atual serviço da CRT, principalmente
no sistema de telefonia.
E
nós temos aqui, em mãos, algumas contas telefônicas. Primeiro, conta telefônica
do mês de maio está cobrando adicional dos meses de janeiro, fevereiro e março.
Temos,
aqui, uma conta de telefone de uma pessoa que, segundo a conta, recebeu
cinqüenta e duas ligações de Blumenau. Só que essa pessoa não tem amigos em
Blumenau, não conhece a Cidade de Blumenau. Mas, na sua conta telefônica,
consta que cinqüenta e duas ligações foram feitas, e elas devem ser pagas.
Essa
pessoa dirigiu-se à CRT, onde disseram-lhe o seguinte: “Não adianta discutir; o
senhor tem que pagar. Pague, reclame e solicite uma sindicância. Provavelmente
de três a cinco meses após a apuração da sindicância, caso fique comprovado que
as ligações não são suas, o valor será descontado na próxima conta”. Isso tem
ocorrido sistematicamente.
Nós, como Vereador somos portadores dessas
reclamações, solicitamos que o
Presidente da CRT, Sr. Cristiano Tatsch, o quanto antes, verifique o que está
ocorrendo nos seus departamentos internos, porque não é nem uma nem são duas,
mas milhares de reclamações de usuários.
Nós
gostaríamos de saber, ainda, como está sendo gerenciado esse dinheiro
indevidamente cobrado de milhares e milhares de pessoas. Esperamos um
pronunciamento, o quanto antes, do Sr. Presidente da CRT. As contas a mim
entregues estão à disposição, como outras que virão, tenho certeza, aqui para a
Câmara e que estarão sendo levadas à CRT.
É
muito cômodo dizer: “Pague, entre com uma sindicância e, daqui a cinco meses,
talvez tenha uma resposta”. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
queria começar abordando a minha participação num evento no dia de ontem, mas
decidi primeiro falar sobre a Zona Norte. É sobre o atraso, para não dizer outra coisa, das obras de canalização e
dragagem do Arroio Sarandi, prometido pelo Diretor do DEP, em várias reuniões
com aquela comunidade, porque as pessoas sofrem cada vez que chove. As obras, e
tenho a prova dos jornais, já estavam licitadas, com nome das empresas que
ganharam a referida licitação, iriam começar no início do mês de março, mas
como já estou acostumado a escutar que as obras atrasam por falta de recursos,
que os Governos Estadual e Federal não enviam
à Prefeitura os recursos, ou coisas desse gênero, retardando a execução
das obras, que são muito importantes para aquela comunidade que sofre desde
dezembro de 1997, sempre que chove em demasia na nossa cidade, assim como em
outras regiões, a cidade de Porto Alegre fica um caos, e pior, aquelas pessoas
da comunidade perdem tudo porque suas casas ficam inundadas. Quando elas vão ao
DEP solicitar providências quanto à execução da obra, o DEP manda engenheiros,
pessoas que são encarregadas do setor da Zona Norte, e eles dizem que as obras
já vão iniciar, que estão esperando a dragagem, o equipamento. Olha aqui, chega
de palhaçada! Chega de mentir para a comunidade! Vamos parar com essa palhaçada
de mentir. A Administração Popular começou a mentir para aquela comunidade e,
no meu ponto de vista, está mentindo há muito tempo. Vamos dar um basta! Eu
peço ao Diretor do DEP que comece essas obras, porque é necessário. E ninguém
está aqui para pedir favor em cima de favor, pois é uma obrigação do DEP. Já
que foi licitado e tem recursos, tem que começar aquela obra. Sr. Presidente, o
segundo assunto, em nome do PFL de Porto Alegre, é que eu quero parabenizar o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através de seu Governador, Sr. Antônio
Britto, e do ex-Secretário da Saúde, Sr. Germano Bonow, atual Deputado
Estadual, pelo lançamento do programa realizado ontem, no Palácio Piratini, de
Solidariedade Parceria Rio Grande do Sul, que pretende destinar até 12 milhões
por ano, para instituições ligadas à área da saúde, educação e segurança. Esse
Projeto obriga às empresas que têm faturamento acima de 800 mil reais e que têm
isenção fiscal de 1 a 5% a aplicar nessa parceria com as instituições ligadas à
área da saúde, educação e segurança. Nesse primeiro item, saúde, a Lei prevê
que seja repassado integralmente. Essa é mais uma iniciativa do Governo do
Estado do Rio Grande do Sul na política de saúde. Muitos Vereadores falam que o
Estado não tem política de saúde. Mas, há dois meses, na grande Porto Alegre,
foram investidas volumosas quantias no Hospital de Alvorada e no Hospital de
Cachoeirinha, que será reinaugurado. Este Hospital já conta com mais de 100
leitos, equipamentos novos e uma nova estrutura funcional para melhor atender
àquela população. Obtive dados do Hospital Conceição, onde nos dizem que lá se
faz, em média, 600 partos/dia. Apenas com o funcionamento inicial do Hospital
de Alvorada, caiu essa numeração para 400 partos. Quero falar isso, porque com
a reinauguração desses dois Hospitais, com o investimento do Governo do Estado
em vários outros hospitais do interior do Estado vai reduzir o problema da
superlotação dos hospitais na região de Porto Alegre. E, diga-se de passagem
que, no Rio Grande do Sul há os melhores hospitais públicos do nosso País.
Então,
quero parabenizar, mais uma vez, o ex-secretário, atual Deputado Estadual
Germano Bonow pela iniciativa desse Projeto, juntamente com o Deputado,
ex-secretário da Fazenda, César Busatto e o Governador do Estado por essa
brilhante iniciativa que prova que o Estado do Rio Grande do Sul tem política
de saúde. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver.
Nereu D’Ávila trouxe a discussão do importante tema que são as eleições dos
conselhos tutelares. Esta Casa tem acompanhado esta discussão, temos reafirmado
a importância de a população participar das eleições para eleger os
conselheiros tutelares. Na verdade, a forma como foi apresentado pela Vera.
Maria do Rosário, na intervenção posterior ao Ver. Nereu D’Ávila, é como se
houvesse algum questionamento quanto a legalidade dos atos da Câmara no que se
refere às eleições, mas não em relação aos
atos da Câmara, porque a intervenção da Vera. Maria do Rosário deu
margem a essa interpretação. Discutimos com a comunidade, com os conselheiros,
com o Poder Público Municipal e aprovamos uma lei que regulamenta o processo
eleitoral. Ninguém, em sã consciência, pode considerar que esta não é uma
eleição da maior importância. O questionamento que houve foi em relação a
alguns procedimentos que foram tomados nesse processo, que foram trazidos até
aqui por candidatos a conselheiros tutelares. Acolher essa preocupação dos
conselheiros que aqui estiveram não significa que estamos questionando o
trabalho e a moralidade das instituições que formam o Conselho Municipal
da Defesa dos Direitos da Criança. Ali estão instituições fundamentais
na defesa da infância da nossa Cidade. O que se questionou aqui, muitas vezes,
foi a mudança das regras do jogo quanto as prazos de propaganda eleitoral no
decorrer da campanha, que são coisas completamente diferentes. E acredito que
os conselheiros que reclamaram e denunciaram isso tinham absoluta razão quando
assim o fizeram. Como também foi legítima a ação levantada hoje pelo Ver. Nereu
desta tribuna, dos candidatos que
ganharam na Justiça e terão o direito de fazer as suas provas no dia 31.
É fundamental que todos nós, enquanto
Vereadores, possamos dar a nossa contribuição para que a sociedade se mobilize
e participe dessa eleição. Porém, também é de responsabilidade desta Casa
acompanhar de perto todos os procedimentos desse processo eleitoral.
Por
último, gostaria de dizer que me admira muito que a Vera. Maria do Rosário
venha questionar a publicação de uma revista, publicada por um conjunto de
partidos que prestam contas dos atos do governo à população. Temos que usar uma
medida para avaliar todas as ações políticas. É legítimo quando o PT presta contas
dos atos do Executivo. Quando ele divulga, democratiza a informação, acho
legítimo que todos os demais partidos façam isso, da mesma forma, acho legítimo que os partidos da frente de
apoio ao Governo do Estado lancem essa revista aqui questionada, “Dito e
Feito”, a revista que mostra os investimentos para a Cidade.
Eu
acredito que os Vereadores da Cidade, lendo sobre esses investimentos, devem
sentir-se felizes com o crescimento da Cidade. A nossa principal preocupação, o
nosso principal compromisso, independente das siglas, dos nossos mandatos, é
com a Cidade que representamos, não adianta negar os investimentos aqui feitos,
as próprias reuniões do Orçamento Participativo indicaram a questão da
pavimentação como uma questão prioritária para a Cidade, e 62km foram
construídos nesta Capital, através de uma ação da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre com os recursos originados do Pimes, de uma ação do Governo do Estado.
Isso é ou não é positivo? O que importa, se houve essa parceria? O que importa
é que os resultados concretos dessa ação do Governo do Estado do Rio Grande do
Sul e da Prefeitura de Porto Alegre criaram possibilidades reais de melhorias
de condições para a população das vilas. Não é pelo fato de o Governo do Estado
ter sido competente e conseguir atrair esses recursos que um Vereador de outro
partido tem que se sentir infeliz. Se, na verdade, houve um aumento do
ambulatória da Santa Casa, se o Projeto Mãos Dadas tem atraído recursos para as
creches assistenciais, para as entidades comunitárias, isso é bom ou é ruim?
Isso é importante para a Cidade. Penso que devemos começar a avaliar as
práticas políticas e os resultados dessas práticas feitas pelos governos, e não colocar o interesse dos
partidos acima das conquistas que beneficiam a população. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro cópia do
pronunciamento da Vera. Clênia Maranhão, antes mesmo da liberação das notas
taquigráficas.
O
SR. PRESIDENTE:
Depende da Vereadora.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Requerimento): Requeiro o acesso a essa Revista,
porque a que eu a vi, foi-me emprestada. Sou Vereadora de Porto Alegre, mas não
a recebi. A Vereadora disse que ela é publicada pelos partidos. Se for
publicada pelos partidos, eu retiro a minha crítica, porque aí se refere a
propaganda eleitoral, então vamos para o TRE. Agora, se for publicada pelo
Governo, permanece a minha crítica.
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão pode ou não
liberar antes das 48h.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: É muito importante que a Vera. Maria do
Rosário queira cópia do meu pronunciamento, porque ela terá acesso a novos
dados sobre a Cidade. Não tenho nenhuma objeção.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Requerimento): Com relação ao pronunciamento que fiz, e
encaminhei a V. Exa. uma cópia, diz respeito à sentença do MM. Sr. Dr. Juiz de
Direito, a uma liminar ao Mandado de Segurança impetrado por nove pessoas,
concedendo-lhes o direito de concorrer às eleições em trinta e um de maio,
independente de terem ou não participado das provas. Sendo esta questão o
fulcro da controvérsia porque, por extensão, elas foram introduzidas na
Legislação por esta Casa, diga-se de passagem, pelo voto contrário deste
Vereador, mas isso não importa, foi aprovado por esta Casa por maioria de vinte
e cinco votos a três, questiono V. Exa. se não seria pertinente que soubéssemos
se a Câmara pode ou não até ser litisconsorte
nesse Mandado de Segurança, cujo mérito ainda não foi julgado. Posso
requerer, se for o caso, que a Procuradoria se manifeste, se a Câmara participa
ou não do Processo. Em meu entendimento, como advogado, embora sem a
possibilidade de acionar os fóruns, a Câmara, por ter votado a Lei, por ter
votado a lei e ser a responsável direta pela existência da prova, ela
poder-se-ia manifestar como litisconsorte , mas, como não sou procurador da
Casa, sou apenas um dos 33 Vereadores, eu requeiro a V. Exa. que solicite à
Procuradoria a participação ou não do Poder Legislativo em relação a tão
relevante matéria.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D’Ávila, este Vereador que
está eventualmente na Presidência da Casa, neste ano, entende que se a Casa decidiu por 25 votos
favoráveis, 25 Vereadores que entenderam que podiam legislar daquela forma, eu
acredito que ficaria difícil para esta Casa entrar agora com o litisconsorte,
até porque naquele momento a Casa entendia que podia legislar. O que pede V.
Exa. é que a Procuradora emita um Parecer. Eu acredito que nada obsta que, de
repente a Procuradora possa emitir o Parecer. Vou, ainda, fazer com que as notas taquigráficas dessa
Questão de Ordem de V. Exa. possa chegar até a Procuradora, a fim de que ela
possa emitir seu Parecer com relação a esse assunto. Antecipo a minha opinião a
respeito da questão levantada por V. Exa.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Vejo que a sua opinião não é a mesma
minha, mas isso faz parte da democracia. Coloco à disposição da Mesa e da
própria Procuradoria os termos da petição inicial e o original da liminar
concedida pelo Meritíssimo Doutor Juiz de Direito.
O SR. PRESIDENTE: Eu peço que seja passado para a Diretora
Legislativa, o para que a Procuradora possa emitir sua opinião, muito embora eu
seja contrário ao questionamento que faz V. Exa.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
no mesmo sentido, do mesmo jeito que V. Exa. acatou o Requerimento do Ver.
Nereu D’Ávila, gostaria de ter acesso aos documentos que a Procuradoria do
Município está produzindo no sentido da defesa do próprio Município e a
Comissão Eleitoral. Eu penso que cabe que tenhamos a resposta que o Município
está dando e os instrumentos pelos quais está buscando garantir a legalidade daquilo que nós
votamos aqui e que está sendo aplicado pela sociedade a partir da Comissão
Eleitoral.
O SR. PRESIDENTE: Eu quero repetir que, como Vereador- Presidente
desta Casa eu sou contrário ao Requerimento feito pelo Ver. Nereu D’Ávila. Não
posso negar para ele apenas que a Procuradora da Casa emita seu parecer a respeito do assunto, porque é um parecer
técnico.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Na mesma linha do requerimento do Ver.
Nereu D’Ávila, o litisconsorte pode estar no pólo passivo ou ativo. Neste caso,
tendo em vista que o projeto é de origem do Poder Executivo e nós elaboramos
emendas, inclusive esta, nos colocamos no pólo passivo, parece-me , data vênia do entendimento de
V.Exa, que seria até uma obrigação da Casa intervir nessa lide, porque, sem
sombra de dúvida faz parte dela, no pólo passivo, tendo em vista que o mandado
de segurança é interposto por um terceiro. Neste caso elaboramos, e
precisaríamos, já que a maioria da Casa aprovou a emenda, precisamos lutar para
dizer da sua legalidade e da sua constitucionalidade.
O SR. PRESIDENTE: Não tenho o mesmo parecer que V.Exa.,
entendo que devemos deixar que o Judiciário resolva a questão e, depois ,vamos
tomar decisões cabíveis. Acolho a questão de V.Exa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Quero reforçar a
questão que a Prefeitura está fazendo a defesa, cabe a ela, porque foi o
Prefeito que sancionou a lei. Mas, me permitiria, por ter sido o redator do
texto final do Substitutivo, com o apoio dos Vereadores da Casa, de enfatizar,
que independente das nossas posições particulares, a Auditoria da Casa fizesse
a análise, o acompanhamento. Chama a atenção que o Juiz me parece instável no
seu parecer, o tempo todo refere que é uma lei municipal, “aparentemente
inconstitucional”, cita isto quatro ou cinco vezes no seu parecer. Mas, ao
mesmo tempo dá a liminar. Tem uma certa lógica.
Agora,
o que estamos criando, se mantido isto, ai acho grave, é a possibilidade de
impedir, suspender o processo, porque os outros vão se sentir prejudicados. E
por outro lado, na verdade, está indiretamente questionando o trabalho desta
Casa, porque ele reconhece o poder suplementar da Casa. No nosso entendimento,
por isso fizemos isso, e não é este Vereador, que não tem formação jurídica,
mas foi o conjunto da Casa, o que nós fizemos foi suplementar.
O SR. PRESIDENTE: Existe algumas legislações, Ver. Antonio
Hohlfeldt, V.Exa. que conhece tão bem as leis do País, que a Constituição dá
direito a que esta Casa possa legislar de maneira complementar ou de maneira
suplementar, mas não são todas as matérias.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Então nisso estamos de acordo, Sr.
Presidente. Por isso quero enfatizar a colocação do Ver. Nereu e a posição da
Ver. Maria do Rosário de que é importante para a instituição Câmara - não para
mim ou
para V. Exa. - que se faça o acompanhamento com a Prefeitura, porque
acho que se está questionando a atuação
desta Casa, indiretamente. Se os Vereadores votaram algo inconstitucional, há
que se questionar a atuação desses Vereadores.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, acho que é um direito de toda
a sociedade questionar todas as decisões
desta Casa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: E é nossa obrigação fazer a nossa
defesa.
O SR. PRESIDENTE: Atendendo o Requerimento do Ver. Nereu
D’Ávila, solicitamos à Procuradora um parecer sobre a matéria.
Eu
emiti a minha opinião a esse respeito, que não é a que vai prevalecer. A que
vai prevalecer é a opinião técnica que for submetida à Mesa. Mas, na minha
opinião, deveríamos deixar que se decidisse essa questão no Judiciário, já que
lá no Judiciário todos aqueles que entrarem pedindo a liminar vão levar a
liminar e não vão ser prejudicados. E a interpretação que vai ser dada pelo
Judiciário pode ter alguma demora, porque agora se conseguiu a liminar, mas
acredito que a sentença vai demorar algum tempo. Não é necessário que esta Casa
entre como litisconsorte. É necessário que esta Casa esteja atenta a essa decisão,
que vai importar para nós, porque, afinal de contas, é uma legislação que saiu daqui, mas que, neste instante, está
sendo questionada, assim como todas as decisões desta Casa podem ser
questionadas.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Presidente, que pode ser questionada,
eu não tenho dúvidas, e que vai ser dirimida a questão no Judiciário, também
não tenho dúvidas. O que quero enfatizar a V. Exa. é que, assim como o nosso Regimento diz que o Presidente representa a Casa
judicialmente, ouvido o Plenário, eventualmente, sobre algumas questões, acho
que também é importante que o Plenário, eventualmente, possa opinar, ouvida a
Procuradoria, sobre a necessidade ou não de entrar. Acho que a Prefeitura vai
fazer a defesa que precisa ser feita, não tenho nenhum questionamento a
respeito disso, porque o Prefeito
homologou a Lei, ela é tão do Prefeito quanto nossa. Mas acho que para a
opinião pública é importante. Para aqueles conselheiros, para aqueles
candidatos que confiaram nesta Casa, é importante que se diga que votamos uma
coisa com toda a responsabilidade e somos capazes de defender isso.
O SR. PRESIDENTE: Vamos encaminhar agora à Procuradora.
Tão logo tenhamos o Parecer da Procuradora, vamos levar ao conhecimento da Mesa
e, depois, se houver necessidade de ouvir o Plenário para que opine se entramos
como litisconsorte, ou coisa parecida, vamos ouvir o Plenário também.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não sou um jurista,
mas eu fico espantado quando alguém fala em que a Casa entre como litisconsorte.
Está sendo colocado em dúvida uma Lei da Casa, então, não cabe a nós sermos
litisconsortes. Se litisconsortes nós fôssemos, nós concordaríamos com aquelas
oito ou nove pessoas citadas pelo Ver.
Nereu D’Ávila, que entraram e que o Juiz diz que, em princípio, é
inconstitucional, aparentemente é inconstitucional e que as suas legislaturas
foram impedidas. Então, é difícil, nós temos que aguardar os acontecimentos.
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. Juarez Pinheiro disse bem, na Questão de Ordem, quando ele diz
que o problema de ser litisconsorte pode ser em qualquer pólo, no pólo passivo
ou no pólo ativo. Então, poderíamos ser, defendendo os interesses da Casa, se
assim realmente quiséssemos. Acho que não é necessário.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, agora a discussão se
aprofundou e eu perdi o rumo da questão.
O SR. PRESIDENTE: Está exatamente dentro daquilo que V.
Exa. requereu. Vai ser levado até a Procuradora, que vai dar o seu Parecer. Nós
vamos trazer o Parecer ao conhecimento da Mesa e, se for necessário, vamos
trazer até o Plenário, para que o Plenário tome conhecimento e, quem sabe,
possa nos ajudar na decisão. Seu requerimento foi deferido.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Para ficar claro: o Parecer que a
Procuradoria vai dar é a possibilidade de esta Casa entrar como litisconsorte
ou não.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Esclarecimento): Sr. Presidente, talvez esta discussão
seja até desnecessária, porque, vendo, aqui, o despacho do Juiz Paulo de Tarso
Vieira Sanseverino, ele diz o seguinte: “Oficie-se às autoridades apontadas
como co-autoras.” Possivelmente, a própria Câmara venha a ser citada como
co-autora, porque foi ela que participou do processo de elaboração.
Possivelmente venha a ser isso e esta discussão toda fica até colocada de forma
desnecessária.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu
quero, rapidamente, tocar na questão levantada anteriormente, sobre a revista
“Dito e Feito”, publicada através dos seis partidos que formam o apoio do atual
Governo do Estado. A revista está tendo um primeiro número, deverá ter outros
números publicados porque, pelo que sei, a Administração Estadual se encerra
apenas no dia 31 de dezembro do corrente ano. Da mesma forma que a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre intensificou a propaganda do “Cidade Viva”, nós
temos, agora, dezenas de horários ao dia. Aliás, repetindo o processo de dois
anos atrás, em que a Prefeitura gastou toda a verba de publicidade prevista
para um ano, apenas nos cinco, seis meses iniciais, e, mais grave, assumiu
compromissos de pagamento acima do orçamento, e esta Casa, depois, teve que
sair correndo para dar cobertura, e todos os Vereadores, aqui, devem lembrar
desse episódio. Nós acabamos tendo que votar um Projeto de suplementação de
verba para “tapar buraco” de gastos excessivos em publicidade por parte da
Administração Popular há dois anos, por coincidência, época eleitoral, por
coincidência, com o programa “Cidade Viva” na emissoras de rádio e televisão de
Porto Alegre. Nós estamos vendo o mesmo processo, neste momento, com o
programa. V. Exas. vão lembrar que há algum tempo o PMDB tentou questionar na
Justiça a veiculação do programa “Cidade Viva”, porque quem ouve o programa tem
bem claro o quanto de publicidade e de propaganda político-partidária o “Cidade
Viva” está desenvolvendo. Não foi feliz o PMDB, no sentido dos juízes e,
certamente, o questionamento que a Vera. Maria do Rosário faz, agora, da
revista, está no mesmo sentido. Penso que vai ser interessante fazer o
questionamento na Justiça. Eu duvido que se encontre qualquer material aqui que
possa ser questionado legal e juridicamente. O que está-se fazendo é uma
prestação de contas, em todas as áreas, que estão sendo desenvolvidas em Porto
Alegre. Por que isso? Porque, de um modo geral, o que vemos é a Prefeitura de
Porto Alegre recebendo repasses do Governo Federal, recebendo repasses do
Governo Estadual e dando destaque desses repasses apenas naquilo que é
estritamente obrigatório e legal. Agora, se não precisar fazer o estritamente
legal, a Prefeitura omite a participação do Governo Federal ou do Governo
Estadual nos repasses de verbas. Então, é justo, sim, é correto, é importante
que o Governo do Estado diga o que está sendo feito por Porto Alegre, na
maioria dos casos, em conjunto com a Prefeitura de Porto Alegre, não
isoladamente. A diferença é que o Governo do Estado não omite a Prefeitura e a
Prefeitura tem omitido, sistematicamente, a presença do Governo do Estado. Eu
quero levantar outra questão que me preocupa, que é um Projeto que está sendo
lançado pela Secretaria Municipal de Cultura, o “Porto Alegre em Ceninha”. Foi
veiculado no “Cidade Viva”, está-se falando no festival, e a propaganda
veiculada parece dizer que todo mundo tem acesso ao “Porto Alegre em Ceninha”,
o que é mentira.
Recebi,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queixa de uma diretora de escola do Estado do
Rio Grande do Sul, que tentou conseguir ingressos para levar os seus alunos até
o festival e recebeu a informação, na Secretaria Municipal de Cultura, de que o
festival está restrito aos alunos das escolas municipais da Prefeitura de Porto
Alegre.
Eu
chamo a atenção da Liderança do PT, embora distraída, para o fato, porque eu
gostaria de ter um retorno acerca dessa questão, para saber se é verdade ou
mentira a denúncia feita.
Se
o “Porto Alegre em Ceninha” estiver restrito às escolas municipais, é evidente
que é propaganda eleitoral e, além disso, é inconstitucional, porque não
podemos reduzir projetos feitos com dinheiro público, a determinado segmento de
público, de platéia. Isso é ilegal e injusto.
Quero
deixar aqui registrado e denunciado para ter confirmação.
Se
é verdade que o “Porto Alegre em Ceninha” está restrito às escolas municipais,
fica configurada, claramente, propaganda enganosa por parte da Prefeitura,
porque usa o “Cidade Viva” para dizer que o festival da Cidade não está
reduzido a um único segmento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à
O SR. ELISEU SABINO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja votado
com prioridade o Requerimento 89/98, referente à Sessão Solene em homenagem ao
Dia do Pastor. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Eliseu
Sabino. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em
votação o Requerimento nº 88/98, de autoria da Vera. Clênia Maranhão. (Pausa.)
(Após a chamada.) APROVADO por 14
votos SIM, 11 votos NÃO, 02 ABSTENÇÕES.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
na Sessão passada fiz uma Questão de Ordem a V. Exa. pedindo que esse Processo
fosse enviado à Comissão de Constituição e Justiça. Gostaria que V. Exa.
referisse que tipo de encaminhamento deu.
O SR. PRESIDENTE: Está sendo enviado à Comissão de
Constituição e Justiça sem o efeito suspensivo, exatamente como eu declarei na
Sessão passada, quando V. Ex. fez a sua Questão de Ordem.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Não concordo, mas obrigada, Sr.
Presidente.
O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, recebi, neste instante,
uma informação que gostaria de passar ao Presidente e à Casa, até para podermos
averiguar a veracidade dos fatos: agora, neste momento, todos os trabalhadores
que estão fazendo uma marcha, em Brasília, contra o desemprego - esse mal que
assola o Brasil - estão sendo agredidos duramente pela Polícia, por ordem do
Presidente Interino. Então, gostaria que averiguássemos isso, para poder tomar
alguma medida, enquanto Parlamento Municipal.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Gerson Almeida, para averiguarmos
o que está acontecendo em Brasília, vai ser um pouco difícil.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, por ocasião da apreciação
do Requerimento que V. Exa. colocou em votação, foi feito um Requerimento pela
Vera. Maria do Rosário, que buscava uma avaliação da Comissão de Constituição e
Justiça sobre a legalidade do Requerimento. V. Exa., naquele momento, não
deferiu efeitos suspensivos, e por este motivo Sr. Presidente, estou requerendo
a V. Exa. que essa Moção não seja encaminhada ao Sr. Prefeito Municipal antes
da apreciação - que já foi deliberada por V. Exa. - pela Comissão de
Constituição e Justiça da Casa.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, nós vamos
encaminhar, assim como eu disse para a Vera. Maria do Rosário e para o
Plenário, o Requerimento da Vereadora Maria do Rosário para que seja submetido
à Comissão de Constituição e Justiça,
mas a Comissão de Constituição e Justiça de forma nenhuma poderia ser
maior do que o Plenário: ela tem que se submeter ao Plenário. O Plenário, nesse
exato instante, decide que o Requerimento é aprovado, e se é aprovado, ele será
enviado. Não vai obstar que a Comissão de Constituição e Justiça dê o seu
parecer a respeito da matéria. Se a CCJ entender pelo entendimento da Vereadora
Maria do Rosário, todas as matérias a serem submetidas na Casa seguirão o rito
que for determinado pela Comissão de Constituição e Justiça, porque o parecer
da Comissão de Constituição e Justiça será colocado em votação neste Plenário.
Mas antes disto acontecer, este Vereador só pode, na verdade, seguir aquilo que
este Plenário determinar, e o Plenário da Casa determinou, nesse exato
instante, que o Requerimento aprovado
seja enviado.
O SR. JUAREZ MACHADO: Sr. Presidente, eu acato a decisão de
V. Exa., mas entendo que V. Exa. está laborando em equívoco nessa leitura que
faz desta matéria, porque se o Plenário deliberou que a Comissão de Comissão e
Justiça tem que fazer avaliação da legalidade, da regimentalidade desse
expediente, pode a Comissão de Constituição e Justiça vir, por maioria de seus
membros, ter um entendimento que esta Proposição, considerando que o Prefeito
não teria feito as afirmações, não poderia ter sido colocada sequer em
apreciação. Nesse sentido este Plenário teria condições de, aí sim, apreciar
esse Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e, quem sabe, em cima dos
argumentos, inclusive, alterar a decisão hoje tomada, ao nosso juízo, de forma
equivocada.
Então,
me parece que seria prudente, porque pode acontecer que a Comissão de
Constituição e Justiça venha a ter um Parecer final de que não poderia ter sido
encaminhada ao Poder Executivo a deliberação dessa matéria, e já tenha sido
encaminhada a Moção de Repúdio, com prejuízo irreparável para uma autoridade, a
primeira autoridade, junto com V. Exa., deste Município.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, quando as decisões
do Plenário, depois de emitidas, ferem algum tipo de princípio ou algum
Vereador se arrepende do voto que foi dado, existe um recurso que este Plenário
tem utilizado várias vezes, que é exatamente a Renovação de Votação. Isso
sempre pode ser utilizado. Agora, nenhuma Comissão da Casa poderá ser maior do
que este Plenário. O próprio parecer da Comissão de Constituição e Justiça,
para ser um parecer da Casa, terá que ser votado pelo Plenário. Enquanto não
for votado pelo Plenário, a Mesa Diretora dos Trabalhos não poderá se curvar a
nenhum parecer que venha das Comissões.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, eu não quero ficar
dialogando com V. Exa. vou fazer minha última intervenção, mas quero chamar
atenção para o que pode acontecer: pode a Comissão de Constituição e Justiça
entender que não seria regimental essa apreciação, e esse Parecer vir a este
Plenário, este Plenário aprovar esse Parecer - estou fazendo um raciocínio
abstrato - e então nós teríamos que pedir desculpas ou dizer que aquela moção
ao Prefeito não deveria ter sido encaminhada. Era esse o prejuízo procedimental
do qual eu queria poupar a Casa, mas eu respeito a posição.
O SR. PRESIDENTE: Quero dizer que não haverá este prejuízo
à Casa, porque a Questão de Ordem da
Vera. Maria do Rosário não se prende apenas a este Requerimento e, sim, a todos
os Requerimentos, que estivessem sendo apreciados, nesse sentido.
Então,
é bom que a Comissão de Justiça possa emitir um parecer, porque vai orientar a
Casa quanto às decisões futuras.
Com
relação às decisões tomadas pela Casa até agora, pelo menos esta Presidência
tem entendido desta forma, como nós votamos aqui esse Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, duas questões.
Primeiramente, em relação a essa matéria com relação à qual V. Exa. se
posicionou dentro de uma tradição de muito tempo: vota-se a matéria e recebe-se
o recurso com efeito suspensivo.
Qualquer
outra medida seria manobra no sentido de se evitar a manifestação soberana
deste Plenário.
De
outra parte, quero aqui reiterar o Requerimento do Ver. Gerson Almeida, no sentido
de que V. Exa. determine, oficialmente, as informações solicitadas pelo
Vereador citado sobre o que, neste momento, 16h25min, está acontecendo em
Brasília. Porque, efetivamente, as informações que traz o Ver. Gerson Almeida
são extremamente preocupantes, e V. Exa., tenho certeza, não vai se comportar
como um aliado do Governo, mas como um Magistrado à frente dessa Presidência.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, todos os mecanismos
que esta Mesa tem para fazer a averiguação, não passam daqueles que é o de
olhar a televisão e ouvir os informes que vêm através do rádio.
Eu
não tenho, realmente, outros mecanismos. E esses mecanismos todos os Vereadores
têm.
Então,
eu não posso, na verdade, me cingir a esse Requerimento, porque não tenho como,
neste exato instante, mandar alguém verificar se está acontecendo ou não está
acontecendo, a não ser através de rádio e de televisão.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento): Sr. Presidente, sobre as duas questões
que estão sendo tratadas, quero anunciar à Casa que estou solicitando a
Renovação de Votação desse Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem que entrar na próxima Sessão
Ordinária.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Estou somente anunciando que será
ingressada na próxima Sessão Ordinária.
Mas,
enquanto isso, V. Exa. já deferiu uma solicitação que fiz de que a Comissão de
Constituição e Justiça analise a matéria.
Esta
matéria inclusive, porque V. Exa., na condução dos trabalhos, deu uma direção
diferente da que foi dada em outro momento.
O SR. PRESIDENTE: “Sem efeito suspensivo” foi o que eu
disse a V. Exa.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Não quero dialogar com V. Exa., mas faço
questão de lembrar que esta Vereadora fez uma Questão de Ordem, porque um
Requerimento do Ver. João Dib não estava instruído no início, ainda no período
da Comissão Representativa, e que houve efeito suspensivo para aquela matéria.
Então, houve um tratamento diferenciado.
O SR. PRESIDENTE: Eu não estava na presidência, Vereadora.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Mas V. Exa. há de convir que a presidência
não é a pessoa, mas é a condução dos trabalhos e é a Mesa Diretora, e que isso
vai se constituindo em jurisprudência.
A
segunda questão é que V. Exa. dispõe, nesta Casa, de um grupo significativo, na
área de imprensa, e de uma assessoria, que podem, por meio da nossa Bancada
Federal em Brasília, dos Deputados Federais gaúchos de todas as Bancadas, dos
Senadores gaúchos de diversas Bancadas, dos jornalistas e dos contatos que
temos naquela Capital, trazer a esta Casa, imediatamente, as informações que os
Vereadores Gerson Almeida e Isaac Ainhorn solicitaram.
O SR. PRESIDENTE: Todos os Vereadores têm os recursos
necessários para verificar essas notícias, porque os computadores captam as
emissoras de televisão. Não é só a Mesa que tem que verificar para saber o que
está, ou não, acontecendo. Nós é que não poderíamos saber, já que estamos em
plena Sessão Plenária da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Concordo com a postura de que não é o
Presidente quem deve fazer, mas o Requerimento que faço é de que o Presidente,
para dar um grau de oficialidade à questão
- eu já fiz isso no meu gabinete, determinasse ao setor competente da
Casa - de imprensa e comunicação - que averiguasse se essas afirmações são
verdadeiras, para que, a partir disso, a Câmara possa tomar uma medida oficial
sobre a matéria.
O SR. PRESIDENTE: Nós temos, aqui, a Chefe do Setor de
Imprensa, que poderá nos informar e, assim, passarmos ao Plenário o que for
apurado. Diz a nossa Chefe do Setor de Imprensa que nem na televisão ou na
Rádio Gaúcha, nem nos outros órgãos de imprensa que foram pesquisados pela
nossa Assessoria de Comunicação, conseguiu-se captar alguma notícia, alguma
imagem.
O SR. GERSON ALMEIDA (Requerimento): Solicito, Sr. Presidente, dada a gravidade da situação, pelas
informações que tenho, que a nossa Chefe do Setor de Imprensa mantivesse
contato para podermos confirmar isso.
O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Independente de posições partidárias,
políticas - acabamos de dar o nosso voto em Plenário -, preocupo-me com a Casa.
Por isso, se a Vereadora Maria do Rosário havia proposto um Requerimento
anterior à votação da moção da Ver. Clênia Maranhão, tenho as minhas dúvidas.
Embora o Plenário tenha dado ganho de causa para a proposta da Ver. Clênia, se
não isso anularia a própria tomada de posição da Comissão de Justiça, pois, se
for liberada a questão já votada no Plenário, não precisa a tomada de posição
da Comissão de Justiça.
Assim,
eu apelaria a V. Exa., em cima do Requerimento da Ver. Maria do Rosário que vai
pedir a Renovação de Votação, que será na próxima reunião, que essa matéria não
fosse liberada por V. Exa. e que desse o efeito suspensivo até que a Vereadora
entrasse com o Requerimento. Porque, se V. Exa. liberar a posição do Plenário,
não haverá a necessidade nem de Renovação de Votação.
O SR. PRESIDENTE: Novamente, informo ao Plenário e a V.
Exa. que, antes da Renovação de Votação, não posso fazer o envio de nenhum
documento ao Executivo. Mas, se renovada a votação e o Plenário ratificar a sua
decisão, não tenho outro caminho. A decisão da Comissão de Justiça, que será
votada por este Plenário, vai começar a amparar as decisões a partir de então.
Não posso ser superior ao Plenário, assim como nenhuma comissão pode sê-lo; o Plenário
é instância máxima. Por isso, temos a Renovação de Votação, que vai
consubstanciar a vontade do Plenário ou não de fazer com que essa matéria seja
enviada.
O SR. NEREU D’AVILA: Compreendo V. Exa, seu raciocínio está
completo, menos num detalhe: é que, se a Ver. Maria do Rosário impugnou por
algum ato de ilegalidade o Requerimento da Nobre Vereadora Clênia Maranhão, e a
Comissão de Justiça assim o entender, estará prejudicada a matéria. Eu não li o
Requerimento da Ver. Maria do Rosário, mas, se a questão é de legalidade ou não
- o que compete à Comissão de Justiça - é exatamente o mérito da matéria.
O SR. PRESIDENTE: Quem se manifesta, mesmo em cima do
Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, é o Plenário. O Plenário é o
órgão máximo que temos na Casa. Nem eu, nem V. Exa., nem nenhuma Comissão da
Casa poderemos ser superiores àquilo que pensa o Plenário. O Plenário terá duas
oportunidades para se manifestar. Teve esta oportunidade e terá uma nova
oportunidade para se manifestar com relação a esta matéria. Com relação ao
Parecer que pede a Ver. Maria do Rosário, o Plenário terá uma outra
oportunidade, que será aquela de analisar o Parecer da Comissão de Constituição
e Justiça. Então, na verdade, esta discussão que estamos fazendo poderá não ter
muito significado se, porventura, na Renovação de Votação, o Plenário negar a
matéria que hoje aprovamos aqui. Mas, eu não posso tomar um outro caminho a não
ser o de acatar o Requerimento da Ver. Maria do Rosário quando ela entrar, na
próxima reunião, pedindo a Renovação de Votação. Nós renovaremos a votação, ouvido o Plenário, e aí tudo vai
depender daquilo que pensa o Plenário a respeito desta matéria que estamos
votando hoje.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Requerimento): Pensando diferentemente, mas V. Exa.
neste momento representa a decisão, só pediria ao nobre Presidente da Comissão
de Constituição e Justiça, Ver. Elói Guimarães, que pudesse se apressar para
que, concomitantemente com a nova decisão do Plenário, já estivesse decidido na
Comissão de Justiça, porque, aí, ficarei satisfeito integralmente.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu entendo que, na
Ordem do Dia, Questões de Ordem podem ser formuladas sobre a matéria da Ordem
do Dia. O Requerimento da Ver. Maria do Rosário, feito na Sessão anterior, não
está na Ordem do Dia e já estamos perdendo muito tempo com ele. O Requerimento
através do qual o Governo é ofendido, no qual V. Exa. também foi razoavelmente
ofendido, para verificar o que está acontecendo em Brasília, as rádios e os
jornais estão aí. Por que não fazer? Não é matéria da Ordem do Dia. Nós estamos
perdendo tempo e eu gostaria de entrar na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Eu
acredito, Ver. João Dib, que nós não estejamos perdendo tempo, até porque
estamos resolvendo uma questão que poderia orientar o Plenário para as decisões
futuras desta Casa sobre matérias que estamos discutindo, ou já discutimos,
dentro da Ordem do Dia.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
esta matéria já estava “sub judice”, poderia se dizer, porque já havia o
Requerimento para a Comissão de Constituição e Justiça. Ela poderia ter sido
votada por este Plenário?
O SR. PRESIDENTE: Sim, poderia. Todos os passos que foram
dados, orientando a votação da matéria, estão dentro do Regimento da Casa.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Então, concordo plenamente com V. Exa.,
e acredito que o remédio jurídico para o problema é a renovação, e esta já está
sendo providenciada.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de
Ordem): A minha Questão
de Ordem é em função de uma afirmação que não tenho certeza que V. Exa.
declarou ou não. Um Requerimento de Renovação de Votação suspende a matéria que
estamos votando. Ela foi aprovada, mas o Requerimento para pedir a sua
renovação já está pronto e terá que ser feito na Sessão subseqüente, porque o
Regimento assim manda, e a matéria não poderá ser enviada para conhecimento
público. Está correto?
O SR. PRESIDENTE: Sim, está absolutamente correto.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Então, é só após a renovação. Eu
agradeço a informação de V. Exa. e faço um Requerimento no sentido de que V.
Exa. informasse ao Plenário sobre o fato de que, por duas ocasiões, esse
Requerimento deixou de ser votado porque uma parte do Plenário retirou o
quórum, e inclusive a nobre Vereadora, autora do Processo. E isso deve ser
informado ao Plenário e à população.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu tenho um respeito muito
grande por V. Exa., mas isso, na verdade, não deve ser informado, pois é uma
manobra regimental perfeitamente legal e válida, e V.Exa. sabe disso.
O SR. ANTONIO LOSADA: Sr. Presidente, só para tranqüilizar o
Plenário. A gravidade dos acontecimentos em Brasília está sendo transmitida
pela Rádio CBN, diretamente do palco, do cenário dos acontecimentos. Então, eu
peço ao Sr. Presidente que solicitasse ao Setor de Imprensa que ouvisse a Rádio
CBN e passasse as informações para este Plenário que está angustiado com os
acontecimentos que estão ocorrendo em Brasília.
O SR. PRESIDENTE: Pois não, Vereador. V. Exa. mesmo pode
ouvir a Rádio CBN para se tranqüilizar, Vereador.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Eu gostaria que V. Exa. e o Secretário
da Casa informasse oficialmente o resultado da Moção de Protesto à ação do Sr.
Prefeito Municipal Raul Pont que tentou pedir a exclusão de um jornalista.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, eu corto o som de V. Exa.
porque V. Exa. é um Vereador que já presidiu esta Casa, conhece muito bem esta
Casa; e sabe muito bem o resultado: a Moção foi aprovada por 14 votos a 11. Já
anunciamos este resultado. E a Vera. Maria do Rosário também já anunciou que
pedirá a renovação de votação.
Vereador,
se for Questão de Ordem, eu peço que, por favor, V. Exa. prossiga. Mas se não
for, eu peço que, por favor, V. Exa. não insista em solicitar dados que não
devem ser solicitados.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Vereador, apenas eu quero que faça uma
manifestação indeferindo o pedido do Ver. Clovis Ilgenfritz porque não há uma
decisão, ainda, oficial. Mas houve uma votação concretamente na Casa, como V.
Exa. vai dizer?
O SR. PRESIDENTE: Vereador, quem está decidindo, neste
exato instante, é este Vereador que Preside esta Casa e o Ver. Clovis
Ilgenfritz está absolutamente correto no seu encaminhamento, dizendo que
enquanto não for renovada a votação, esta Presidência não pode enviar
documento. Como não enviaria para ninguém, quando anunciada a renovação de
votação. Se a Vera. Maria do Rosário não entrar com o pedido de renovação de
votação, é claro que aí o processo segue o trâmite normal. Mas se ela entrar
com o pedido de renovação, o documento não poderá ser enviado enquanto não
fizermos a nova votação.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
a minha Questão de Ordem é no sentido de auxiliar a Mesa, eu gostaria de pedir
a V. Exa. que, a partir deste momento, as Questões de Ordem fossem pautadas nos
artigos do Regimento. Eu acho que assim nós podemos reordenar os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: Já estão reordenados os trabalhos, Vereadora.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
ainda sobre este tema: eu vou solicitar à Mesa, tendo em vista que já foi
aprovada a Moção de Repúdio ao Prefeito, mas como a Comissão de Justiça que se
pronunciasse sobre esse tema para que haja uma solução definitiva sobre a
decisão que esse Plenário tomou.
O SR. PRESIDENTE: Isso já foi solicitado, através de um
Requerimento da Vera. Maria do Rosário e a questão está sendo resolvida na
Comissão de Constituição e Justiça.
Em votação o Requerimento nº 93/98, Proc. 1065/98 da Vera. Anamaria Negroni, que solicita que seja encaminhada Moção de Apoio ao Ministério Público por tentar cassar a Lei que permite rinhas de galo no Município de Encruzilhada do Sul
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu
tenho uma enorme admiração pelo trabalho parlamentar da Vera. Anamaria Negroni.
Mas,
Vereadora, nós, como uma Instituição Legislativa Municipal, ficamos numa
situação muito difícil, neste momento, em intervirmos em um assunto que se
encontra sub judice em que uma das
partes é uma Câmara Municipal que entende que atuou no exercício da sua
autonomia e a coisa mais cara para nós parlamentares, que no curso dos anos no
período do atrito nós conseguimos, lutamos, é a busca da autonomia do
Município. Não quero entrar no mérito da decisão da Câmara Municipal de
Encruzilhada do Sul, mas a questão não foi resolvida ainda, a matéria se
encontra sub judice, conseqüentemente
se tornaria muito temerário este Legislativo intervir nesse processo, e não é
do Ministério Público como instituição global, mas a ação de um representante
do Ministério Público que entrou com uma medida contra a Câmara Municipal de
Encruzilhada do Sul. Não é corporativismo que estamos tratando aqui, mas a
matéria tem especificidade em relação à competência municipal sobre o assunto.
Sinceramente acho que seria muito temerário ingressarmos nessa matéria;
compreendo o entendimento que Vossa Excelência tem em relação às rinhas de
galo, mas o que sobrepõem-se a isso é o princípio maior: o princípio da
autonomia do Município, e a autonomia que hoje sustenta a Câmara Municipal de
Encruzilhada do Sul em relação ao direito que tem de legislar sobre uma matéria
ou não.
Vereadora,
como a matéria ainda não transitou em julgado ainda no âmbito do Poder Judiciário
e a questão, basicamente, foi provida através de uma medida liminar, eu entendo
que descabe uma moção do peso de uma moção de apoio, neste momento, a uma ação
contrária a uma Câmara Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a
palavra no microfone de apartes.
O SR. GERSON ALMEIDA: Fiz um Requerimento há alguns minutos
atrás, reiterado por alguns Vereadores, foi colocada uma informação à Câmara de
que aquilo não se confirmava. Tenho plena convicção, inclusive, pelo próprio
serviço da Casa de que se confirmam as afirmações. Estão sendo agredidos
inúmeros manifestantes em Brasília. Não vou nem entrar no mérito, se são
manifestantes contra o desemprego. Eu gostaria que nós, de uma vez por todas,
soubéssemos se está acontecendo ou não isso, porque parece que estamos em uma
situação absurda, onde este Vereador e outros estão escutando nas rádios uma
informação e recebemos outra. O próprio setor já informou à Mesa. Gostaria que
a Mesa desse a informação ao Plenário para que pudéssemos tomar as medidas,
oficialmente.
O SR. PRESIDENTE: Pedimos que V. Exa. tenha paciência nesse
sentido, já que solicitamos, por escrito, uma informação da Assessoria de
Imprensa. De fato, através da Rádio CBN confirma-se que há um processo bastante
tumultuado, bastante agressivo na Cidade de Brasília neste instante. Já havia
ocorrido ontem algo com relação
aos Prefeitos e que foi divulgado, amplamente,
pela imprensa, com relação a chegada de mil e quinhentos a dois mil Prefeitos.
O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Sr. Presidente, para que não haja
mal-entendido, não se trata, de nenhuma maneira, de uma atitude contra o nosso
Departamento de Imprensa, mas a informação que eu tinha era a de que a Mesa já
tinha essa informação, mas aguardo e penso ser justa a sua preocupação.
O SR. PRESIDENTE: Os integrantes da Mesa pedem a presença
aqui de um representante da imprensa para conversar.
A
Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para encaminhar.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste
momento, discutimos uma Moção de Apoio ao Ministério Público por tentar cassar
a Lei que permite rinhas de galo no Município de Encruzilhada do Sul.
É
bom lembrar que a nova Lei de Proteção Ambiental em vigor desde o dia trinta de
março deste ano, enquadra as rinhas de galo como crime, mesmo assim, os
Vereadores de Encruzilhada do sul, por dez votos favoráveis e dois contrários,
aprovaram o Projeto de Lei permitindo a prática da rinha no Município. O
Ministério Público entendeu que essa Lei era contrária à nova Lei de proteção
ambiental e ingressou com uma ação de inconstitucionalidade no Tribunal de
Justiça para cassar essa lei municipal. É louvável a pretensão do Ministério
Público e merece, sem dúvida nenhuma, o apoio desta Casa, já que as rinhas são
repudiadas.
Eu
gostaria que o Ver. Isaac Ainhorn me desse a devida atenção, já que o senhor
esteve debatendo o assunto na tribuna antes de mim.
Gostaria
de dizer que esta Vereadora não tem a pretensão de intervir na autonomia do
Município. O que nós, Vereadores, deveremos fazer é tentar reparar uma lei, já
que ainda existe a possibilidade, pois está “sub judice”, de vir a ser votada,
alertar as pessoas para que venhamos, através de moções desse tipo, conseguir
chamar a atenção para que essa Lei seja revogada no Município de Encruzilhada
do Sul.
Uma
coisa que é muito bom lembrar aqui neste momento é que os dez Vereadores de
Encruzilhada do Sul votaram contrariamente aos seus representados, porque, na
realidade, o povo de Encruzilhada do Sul é contrário e repudia, inclusive, as
rinhas de galo. Então nós, como representantes do povo de Porto Alegre, se a
população de Porto Alegre repudia uma certa matéria e nós, aqui em Plenário,
chegamos a discutir e votar favorável a esta matéria repudiada, eu acredito que
é um contra-senso, porque nós somos representantes do povo. Eu acredito que os
Vereadores de Encruzilhada votaram por eles, não pela vontade dos seus
constituídos, ou seja, de acordo com a vontade da população de Encruzilhada do
Sul. É por este motivo que nós estamos aqui. Inclusive, me desgosta muito,
porque esta Moção foi protocolada no dia 1º de abril e, por uma série de
Projetos e Requerimentos a serem votados nesta Casa, somente hoje está sendo
colocada em votação. Mas, de toda forma, vem bem nós refletirmos a respeito
deste assunto. Eu diria que não só devemos repudiar as rinhas de galo, a farra
do boi, como qualquer sacrifício que venha colocar em risco a vida de animais.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Eu queria informar a Vera. Anamaria
Negroni, que fez aqui uma observação que o Requerimento entrou no dia 1º e que
só agora está em votação, a rigor, o
Requerimento tramitou normalmente e aconteceu, inclusive, uma providência da Mesa,
em especial do 1º Secretário, que coordena esses trabalhos, para que, hoje, se
dedicasse exclusivamente aos Requerimentos, tal é o atraso em que eles se
encontram, involuntariamente. Considero que esteja explicado o motivo da
demora.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sim, Sr. Presidente, eu estou de acordo,
tanto é que me referi desta forma, não penitenciei a Mesa.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para encaminhar o Requerimento nº 93/98.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
que temos tido com a Vera. Anamaria Negroni uma série de debates, às vezes,
inclusive, ásperos face ao viés dos temas discutidos, viemos com muita
tranqüilidade, hoje, aqui, Vera. Anamaria Negroni, dizer que me sinto honrado,
em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, de votar favoravelmente à
Moção. Diz o art. 251 da Constituição Estadual: (Lê) “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as presentes
e futuras gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas
nesse sentido.” Diz o inciso VII, que é incumbência do Estado, “lato sensu”,
União, Estados e Municípios: (Lê) “Proteger a flora, a fauna e a paisagem
natural, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e
paisagística, provoquem extinção de espécie ou submetam os animais à
crueldade”.
Na
verdade, a prática da rinha de galos é proibida pela legislação, a Constituição
do Estado do Rio Grande do Sul proíbe todos os esportes cruentos e o senso
comum da população se revolta com esse tipo de esporte como é a farra do boi,
entre outros. Este Vereador já conseguiu por duas temporadas, através de um
mandado de segurança coletivo que interpusemos, suspender a caça no Rio Grande
do Sul, que é uma outra barbaridade e que é permitida pelo IBAMA sem qualquer
estudo das espécies que estão em extinção. A Vera. Anamaria Negroni, ao trazer
essa Moção, não está fazendo juízo de mérito sobre a Câmara de Vereadores do
Município, ela está, aqui, parabenizando um agente público, um Promotor de
Justiça pela sua iniciativa de cumprir a Constituição, de cumprir as leis
federais, de cumprir uma série de determinações que proíbem esportes cruentos.
Gostaria de parabenizá-la pela sua iniciativa, pela sua coragem porque este
Vereador, que já enfrentou os caçadores deste Estado e que recebeu ameaças de
morte por ter suspenso a temporada por dois anos consecutivos, tem noção do que
é o seu Projeto. Neste sentido, os nosso parabéns. A Bancada do PT vota com V.
Exa. e penso que esta Casa, com certeza, irá aprovar a sua Moção. Ela é
oportuna e adequada e homenageia um cidadão que tem coragem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento nº 93/98, de
autoria da Vera. Anamaria Negroni. (Após a chamada.) APROVADO por 11 votos SIM;
03 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Srs. Vereadores, nós recebemos uma parte das informações solicitadas, por escrito,
da Coordenadora de Imprensa, Jornalista Regina Andrade.
Antes
de ler o que foi entregue à Mesa solicito ao Sr. 1º Secretário que leia a
Declaração de Voto subscrita pelo Ver.
Pedro Américo Leal: “É assunto de Câmara
Municipal de outro Município,
matéria “sub judice”, quer isso dizer, sob expectativa de direito.”
Farei
a leitura da matéria trazida pela jornalista Regina Andrade, de Brasília, da
Agência Estado: “Manifestação se acalma em Brasília. Os ânimos na manifestação
em frente ao Congresso começam a dar sinais de arrefecimento. Líderes do
movimento chegaram a falar que retirariam os carros de som do local, mas
desistiram. Os próprios manifestantes estão fazendo um cordão de isolamento em torno dos quatro
carros de som, e os líderes pedem para que os manifestantes fiquem atrás do
cordão. O Deputado José Genoíno (PT- São Paulo) afirmou que há um grupo de
provocadores infiltrados na manifestação, que estariam buscando confronto com a
Polícia que, segundo o Deputado, também se comportou mal.”
Nós temos mais uma informação dos jornalistas
Bita Sória e Milton Gérson que foi tirada da Radio CBN. O boletim anterior foi
divulgado às 16h39min, direto da redação da Agência Estado, o segundo boletim,
que vem a esta Mesa, é das 16h40min da Rádio CBN - 1120. “As informações dão conta de que cerca de
quarenta entidades sindicais iniciaram o movimento de invasão do Congresso. A
fonte é o Coronel Almir Netto que explicou que o argumento usado pelos
manifestantes era de que a Polícia não havia deixado o carro de som descer. Ele
disse que não procedia, pois o carro de som só pode ser acionado mediante ordem
do próprio Congresso. O Coronel revelou que
estavam usando contra os manifestantes munição química e balas de borracha
para evitar feridos. Ele relatou que quatro PMs foram feridos por pedras
atiradas pelos manifestantes. O Coronel destacou também que nem todos os
manifestantes estavam num clima de
confronto e que inclusive alguns membros do PT estavam solicitando calma para
todos. A Assessora de Imprensa da Câmara, Sra. Regina, relatou que escutou no
rádio que o PT estava instigando os manifestantes, dito, segundo ela, pela voz
do locutor ou do repórter do momento, sem
fonte de entrevista. Segundo ela, o Ver. Gerson Almeida também escutou.
Em São Paulo, durante a manifestação de professores em frente ao Sindicato da
categoria, também a Polícia foi colocada para conter os manifestantes.” São
essas as questões que tenho escritas por três Jornalistas, Ver. Gerson Almeida.
O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Eu agradeço a V. Exa. pelas informações,
agradeço aos serviços da Casa. Quero registrar, talvez para debate, porque
ontem também mais de mil Prefeitos foram impedidos, também, de entrar no
Congresso e nós estamos, parece, criminalizando as lutas e reivindicações
sociais. Este é o registro que quero fazer no tempo que vários Vereadores
usaram para criticar a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Quero deixar bem
claro o meu protesto contra a criminalização dos movimentos sociais que estão
em curso.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede vênia a V. Exa. para dizer
que é anti-regimental a sua colocação e pede a todos os Srs. Vereadores que por
favor - também são anti-regimentais as palmas -, a Mesa está tentando ser
isenta embora as questões sejam gravíssimas e não podemos deixar que passem a
esmo.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
quero reiterar o pedido à Mesa para que qualquer Vereador que venha a este
microfone solicite Questão de Ordem, e que cite o artigo do Regimento.
O SR. PRESIDENTE: Nós vamos tentar fazer isso, embora esse
tipo de questão acabe com qualquer tipo de bom senso no encaminhamento dos
trabalhos.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu desejo dizer a V.
Exa. que aplausos no Plenário não são anti-regimentais. Peço vênia a V. Exa.
mas não são. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. sabe que não são
anti-regimentais mas que na situação colocada estava sendo um processo que só
poderia criar mais animosidades. A Mesa está evitando animosidades! Peço que
seja lido o próximo Requerimento para ser votado. Hoje a Sessão está sendo
dedicada a Requerimentos, por isso é importante que façamos um esforço para
aprová-los ou rejeitá-los conforme a vontade da maioria. Requerimento 94/98 de
autoria do Ver. João Dib referente à publicação, no Diário Oficial do
Município, dos relatórios de execução orçamentária dos órgãos da Administração
Direta e Indireta.
O SR. JOÃO DIB (Esclarecimento): Sr. Presidente, esse Requerimento foi
feito, realmente, no dia 1º de abril, quando começaram a ser publicados os
relatórios, em parte. Já foi fruto de análise e terminou com um alerta ao Sr.
Prefeito Municipal. Por isso, é matéria vencida
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. teria que encaminhar um
Requerimento solicitando a retirada, porque ainda não iniciou o encaminhamento.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, estou solicitando a
retirada do Requerimento, já que é matéria vencida.
O SR.PRESIDENTE: A Mesa aguardará que V. Exa. faça a
retirada por escrito.
Em
votação o Requerimento nº 95/98, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que requer
Moção de Solidariedade aos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, os
professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul estão em greve há
trinta dias e, em todo o País, apenas uma instituição não entrou em greve, na
mais ampla greve que esse setor jamais fez, inclusive, com a adesão dos
servidores e dos estudantes das universidades. Ou seja, a comunidade
universitária, em função de uma situação que já foi objeto, aqui, de uma Sessão
Especial, e que trouxe a magnífica Reitora da UFRGS, Dra. Wrana Panizzi, assim
como a Profa. Maria Assunta Campilingo do comando de greve; Prof. Renato de Oliveira,
Presidente da DURGS, mais estudantes e funcionários.
Portanto,
não cabe usar muito do nosso tempo para sustentar essa Moção de Solidariedade,
porque a Casa, a rigor, já se manifestou de forma solidária a esse movimento.
No entanto, pelo prazo longo de tramitação desse Requerimento que não foi
votado, pelos motivos já apresentados pela Mesa, cabe dizer que, ontem, houve
uma situação inusitada e um ato, a meu juízo, antidemocrático de agressão à
greve dos professores da rede federal: foi a tentativa de cortar o ponto dos
grevistas e impedir o seu pagamento. Por que isso, a meu juízo, é um ato de
violência? Porque fere a autonomia universitária; cada Reitor ou Reitora é
responsável pelo pagamento ou não- pagamento do salário dos professores e
funcionários.
Os
Reitores, num Encontro Nacional - ANDIFES, que é a associação que reúne os
Reitores das Universidades Federais do País inteiro, Ver. Décio Schauren, que é
uma das grandes lideranças da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sabe
que os Reitores tiraram uma posição, se não estou enganado, se não foi
unanimidade foi quase isso, contra esse tipo de atitude. No entanto, mesmo
contrário à posição dos Reitores, o Governo está tentando impedir o salário dos
grevistas.
E
vejam, não apenas dos grevistas, Ver. Nereu D’Ávila, mas de todos, porque é
impossível separar o grevista do não-grevista, através da tentativa de pegar a
folha de pagamento no setor de Processamento de Dados.
Isso
é um ataque duro, grosseiro e autoritário a este movimento porque fere, radicalmente,
a autonomia universitária.
E
todos nós sabemos, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. Nereu D’Ávila e demais
Vereadores que acompanham, que lutamos contra o momento de arbítrio em nosso
País, nós sabemos que no Campus Universitário, muitas vezes, buscávamos
refúgio.
Muitas
vezes, foi lá no Campus Universitário que buscávamos refúgio, exatamente, pela
autonomia, inclusive geográfica, que aquele espaço tem.
E,
portanto, aquilo que as forças de repressão da ditadura mantinham, não
invadiam, raras vezes invadiram, hoje, essa autonomia está sendo atacada para
impedir que sejam recebidos os salários dos manifestantes, dos grevistas.
O
mais importante é que isso não é uma greve tradicional ou uma greve da
categoria. O importante é que essa greve do serviço público, das escolas
públicas, acontece num momento em que exatamente todos os países desenvolvidos
fazem crescer os seus investimentos em tecnologia, em pesquisa e
desenvolvimento.
Há
uma unanimidade, hoje, de que é na pesquisa e no desenvolvimento que está a principal
arma para superar as mazelas sociais. E a universidade pública, no Brasil, é a
grande responsável por mais de 85% da pesquisa, Vera. Anamaria Negroni, feita
no nosso País. Portanto, isso que o próprio Prof. José Artur Zianotti, um dos
principais amigos e consultores do Presidente Fernando Henrique Cardoso,
caracterizou como desmonte, que está em curso na escola pública federal, ataca
um dos pilares da possibilidade de superação dos graves problemas que nós temos
em nosso País. Portanto, não se trata de apoio à greve de uma categoria, o que
seria, por si só, suficiente, necessário, correto. É mais do que isso: é a
defesa da possibilidade de continuação da pesquisa e do desenvolvimento do
conhecimento da tecnologia, o que é a principal ponte de superação do atual
estágio.
Sei
que teremos unanimidade a favor dessa moção de solidariedade - a Casa já
mostrou isso -, mas este momento em que a votamos me oportuniza dizer isso:
que, talvez, somemos a isso uma crítica ao não-pagamento de salários aos
grevistas, porque isso fere a autonomia que cada Reitor tem,
constitucionalmente, para decidir sobre questões dessa ordem. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento nº 95/98. Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com os votos de ABSTENÇÃO
dos Vereadores Gilberto Batista e João Dib e os votos contrários dos Vereadores
Cláudio Sebenelo e Anamaria Negroni.
Em
votação o Requerimento nº 104/98, de autoria do Ver. Adeli Sell, que requer
Moção de Apoio à Segunda Câmara Cível do Tribunal de Alçada do rio Grande do
Sul , pela punição à agiotagem contra o Senhor João Paulo Máximo da Silva.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Para encaminhar o Requerimento nº 104/98
tem a palavra o Ver. Adeli Sell.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Tenho
acompanhado pela imprensa da capital, particularmente algumas páginas do
“Jornal do Comércio”, quando trata de questões atinentes à economia, já que
tenho o privilégio de dirigir a Comissão de Economia e Finanças desta Casa.
Eu
tenho aqui e fiz questão de anexar um exemplar, a folha, que trata deste
assunto e o título é do jornal: “Punição exemplar contra a agiotagem.” “Juros
de 20% capitalizados mensalmente”. E a matéria é clara e eu estou prestando a
minha solidariedade à coragem, à determinação da 2ª Câmara Cível do Tribunal de
Alçada do Rio Grande do Sul, porque, aqui, fica evidente um caso típico que
acontece dezenas de vezes a cada dia na nossa cidade. Pessoas com necessidades,
pessoas que precisam pagar compromissos, ameaçadas, acabam buscando um aporte
financeiro, que não tem naquele momento, com agiotas. E, aqui, ficou comprovado
e um Juiz teve esta coragem, esta determinação, de dizer que aquilo que se
cobrava não estava conforme à lei e determinou que fosse modificado o pagamento
que aquela tinha com terceiro; e foi nominada no jornal a pessoa que emprestava
dinheiro e é o jornal que diz que esta é agiota e não este Vereador. E pela
determinação que teve este Juiz, eu vou ler exatamente o que estou propondo:
“uma moção de apoio à 2ª Câmara Cível, do Tribunal de Alçada do Rio Grande do
Sul, pela punição exemplar contra agiotagem, conforme Sentença ao Processo nº
197195027, dando ganho de causa a Antonieta Pinto da Rocha, contra o agiota João
Paulo Máximo da Silva.”
Estão
aqui as cópias do “Jornal do Comércio”. Eu acho que nós devemos, de forma
contundente, pelo voto de todos os Srs. Vereadores, louvar quem, como este
Juiz, teve a coragem de dar uma sentença mostrando que se cometem injustiças na
nossa Cidade, no nosso País, contra pessoas necessitadas, cobrando juros
extorsivos, contra toda e qualquer legislação deste País. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Moção do Ver. Adeli Sell tem o meu apoio. O Juiz que emitiu, que sentenciou,
está absolutamente correto. Apenas, nobre Ver. Adeli Sell, eu fico triste que
não haja outros juizes - eu sei que os juizes são corretos - com a oportunidade
que este teve de sentenciar um agiota.
A
minha preocupação, a minha tristeza profunda é para com os servidores
municipais, esses são vítimas de agiotagem, permanentemente, só que não
apresentam inadimplência, pagam juros de 20, 25% e até mais do que isto. Aqui,
na própria Casa do povo de Porto Alegre, há servidores pagando este tipo de
juros. Como se sabe o dia do pagamento, é dado um cheque para aquele dia. A
Prefeitura paga no último dia útil do mês, e os cheques são dados para aquela
data. No dia anterior o cheque é depositado no banco onde o servidor tem conta,
no dia seguinte ele é descontado. Aqui na Casa é sabido que o pagamento é no
dia 27 do mês, ou no dia útil anterior ao feriado ou domingo. E os cheques,
também, são depositados no dia anterior e no dia do pagamento são compensados.
E, para este tipo de agiota, não estamos encontrando solução. Lembro que um dia
fui falar para o Prefeito Tarso Genro que tinha gente pagando 45% de juros na
banca de revista na frente da Prefeitura. E o Prefeito achou que era difícil,
impossível. E depois me mandou um recado, que de um funcionário ele tomou
conhecimento, que era o seu motorista, que pagava os 45%.
Então,
preciso de mais juizes como este, de mais cidadãos como este que faz o que fez,
punindo aqueles que exorbitam. Até não vou falar da Secretaria Municipal da
Indústria e Comércio que cobra 10% ao mês de multa, e mais 1% de juros, o que
também é um absurdo. Saúde e paz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo
para encaminhar o Requerimento nº 104/98.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vendo a
Moção de apoio do Ver. Adeli Sell, estranho profundamente. Moção de Apoio à
Segunda Câmara Cível do Tribunal de Alçada pela punição exemplar contra
agiotagem, conforme sentença do Proc. 197195027, dando ganho de causa a
Antonieta Pinto da Rocha contra o agiota João Paulo Máximo da Silva. Eu não sei
por que abastardar tanto a Moção de Apoio. Se o juiz condenou, ele não fez mais
do que a obrigação dele. A profissão dele é exatamente essa. Entrando no mérito
da questão, essa pessoa infeliz que usava a agiotagem como meio de vida já foi
punida exemplarmente pela Justiça. Teve uma punição que foi a publicação no jornal
do seu nome como um agiota. Ora, agiotagem neste País é mais ou menos como a
vagabundagem. Num País de desempregados, punir quem não trabalha, é uma
agiotagem oficializada sob todos os pontos de vista e com uma moeda estável,
isso se torna um assunto pessoal. A Câmara deve negar esta Moção, não porque
não haja mérito do juiz em julgar adequadamente. Isso é obrigação do juiz. Tem
mérito? Sim. Essa pessoa foi julgada, foi condenada pessoalmente tendo o seu
nome inserido em todos os jornais e por causa dessa desgraça na vida de uma
pessoa que errou, que passou errando a vida inteira, ensinada por uma cultura
voltada para a impunidade, inclusive para a agiotagem, para o ganho fácil, para
a ideologia fácil, do mais e mais lucro, somos a favor da condenação dele, mas
uma Moção de Apoio a uma pessoa é discriminador, é pessoal e sou visceralmente
contra qualquer tipo de moção que não seja genérica e que tenha muitas vezes um
toque pessoal, mas não de um pobre infeliz, que infelicitava os outros e que é
um produto do meio. Ele é uma conseqüência, ele não gerou o fato. Ele é
conseqüência de outros fatos que
geraram esse infeliz e que agora uma Moção infeliz também, traz à tona e dá
prestígio a uma pessoa que merece a punição, sim, mas merece também o
esquecimento. Por favor, votemos contra essa Moção de Apoio. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que
aprovam o Requerimento do Ver. Adeli Sell permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO com o voto contrário do Ver.
Cláudio Sebenelo e Anamaria Negroni, com Declaração de Voto. Solicito que seja
encaminhada, o quanto antes, à Mesa, a sua declaração de Voto da Ver. Anamaria
Negroni.
Em
votação o Requerimento nº 110/98, de autoria do Ver. Hélio Corbellini, que
solicita Moção de Apoio ao Projeto de Emenda à Constituição Federal número
2896, do Sen. Mauro Mirando, que altera a redação do art. 6º. O Ver. João Dib
está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores: pobre
povo brasileiro! Vou repetir: pobre povo brasileiro! Eu dizia, nesta tribuna,
hoje à tarde, que o direito nasce do dever. Eu estou cansado daqueles que
outorgam, propõem direitos aos trabalhadores deste País e o fazem tão-somente
por demagogia. Essa proposição de não sei quem, de Emenda Constitucional,
deveria ser o suficiente para riscar do Congresso Nacional essa figura. Não sei
quem é e também não quero saber. Acaso a Constituição Federal não diz que o
salário mínimo deve ser o suficiente para sustentar um casal com dois filhos,
com casa, comida, roupa lavada e férias na praia? Agora, vão fazer mais um artigo, dizendo que o trabalhador
brasileiro tem direito a habitação. Ora, pobre povo brasileiro! Com esse tipo
de legislação não vamos resolver coisa nenhuma! Com esse tipo de apoio não
vamos fazer nada! Vamos criar expectativa, porque vai estar escrito, na
Constituição Federal, que todos nós temos direito a moradia. E quem assegurará
esse direito? Eles não vão escrever na Constituição Federal. É a mesma Constituição
que diz que o povo tem direito a saúde, que é dever do Estado. E será que o
povo tem direito a saúde e é dever do Estado? Via, hoje, um Vereador deste
Plenário buscando solução para alguém que precisa urgentemente de um aparelho
para a sua saúde, que é dever do Estado. E onde está escrito? Na Constituição.
Ora, chega de escrever na Constituição coisas para enganar mais! E nós vamos
fazer Moção de Apoio à demagogia, à safadeza, à desonestidade! Porque isso é
desonesto, dizer: o senhor tem direito a habitação. E ele me pergunta: mas quem
me assegura esse direito? Ah, não sei, o papel. Então, vamos ter um pouco mais
de respeito com quem sofre, com quem não tem moradia, e chega de moções! É
preciso que se busque solução, e a solução não é escrevendo leis, basta que se
cumpra o que já existe de leis. Nós apenas vamos fazer mais uma lei, mais a
frustração para aquele que lê. “Mas eu tenho direito a moradia! Onde está a
moradia? Quem está com ela?” Vamos fazer uma Moção de Apoio não com o meu voto,
e espero que não com o voto daqueles Vereadores que aqui têm a sensibilidade de
sentir o sofrimento daqueles que não têm habitação, e que sabem que não vão dar
habitação por um artigo da Constituição, Constituição já descumprida, pelo
salário mínimo, pela saúde, e eu poderia dizer muitas outras coisas. Saúde e
paz!
(Não
revisto pelo orador.)
(Obs.: Foram aprovados os
demais Requerimentos conforme consta da Ata.)
O SR.PRESIDENTE: A Mesa verifica que, visualmente, não há
quórum para votação, temos 14 Vereadores presentes, e precisamos de 17
Vereadores presentes.
Solicito
a leitura da Declaração de Voto da Vera. Anamaria Negroni. Liberamos a
Declaração de Voto da Vereadora porque não queríamos atrasar ainda mais a
Sessão.
O SR.
SECRETÁRIO: (Lê.)
“Declaração
de Voto
Voto
favorável à presente moção de Apoio do Ilustre Ver. Adeli Sell, haja vista ter
posição contrária à prática da agiotagem.
Entretanto,
chamo a atenção dos meus nobres Pares para que reflitamos sobre as multas de
até 20% e juros altos mensais, aplicados pela SMIC, aos permissionários
(Mercado Público, etc.) inadimplentes com aquela Secretaria Municipal.
Devemos
recordar que com a estabilização da moeda, através do Plano Real, tais juros e
multas são verdadeira agiotagem.
(a) Vera. Anamaria Negroni”
O SR. GERSON ALMEIDA (Esclarecimento): Essa é uma votação que já foi feita, foi
declarada, e não foi solicitada Declaração de Voto. Gostaria de saber da
regimentalidade.
O SR. PRESIDENTE: A Vereadora fez a solicitação e eu
entendi que ela iria entregar imediatamente, mas só chegou à Mesa agora. Como
já havíamos dito que passaríamos ao próximo Requerimento sem prejuízo da
Declaração que ela estava fazendo, nós o aceitamos agora.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): A minha dúvida é só em relação a se foi
solicitado no momento oportuno, não há o que discutir.
O SR.
PRESIDENTE: A
rigor, regimentalmente, não poderia. A Mesa assumiu, como Presidência, de
aceitar o Requerimento, de aguardar para entregar logo a seguir.
O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Sendo assim, está absolutamente
adequado.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece e entende que foi
esclarecido e que foi dito que seria aceito posteriormente.
A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Questão de Ordem): Vereador, tenho que lhe agradecer,
porque foi dessa forma que ocorreu, e agradeço também pela deferência.
O SR. PRESIDENTE: Não é o caso de agradecimento, é uma
obrigação da Mesa cumprir com as questões que estão sendo encaminhadas.
Verificação
de quórum, por solicitação do Ver. João Dib.
Não
havendo quórum, estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se
a Sessão às 17h56min)
* * * * *